Ampulheta

 

Vento sopra na janela,

esvoaçando a cortina,

pôr do sol em aquarela,

mar dourado, purpurina!

 

E na ampulheta do tempo,

grãos de areia a cair,

passa a chuva, passa o vento,

ela impassível, a sorrir...

 

Conta as horas, devagar,

minutos são mais ligeiros,

e o relógio, sem parar,

da ampulheta é companheiro!

 

Grãos de areia a passar,

não param nem um momento,

e a ampulheta, a gargalhar,

sabe que é dona do tempo!

 

O amor passou, foi embora,

impossível segurar...

E o que me restou, agora,

saudade pra acarinhar...

 

Ah, ampulheta do tempo,

me legaste a solidão,

derramei teus grãos ao vento,

lembranças não levas, não!

 

 

 

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 27/03/2025
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