Pelas quadras da vida CXCVIII
Nunca me lembrara disto,
Nem com o porquê atinei;
Surge um fato recém-visto
E daquilo me lembrei...
Faz tempo, foi lá na escola,
Tempo de vigiação,
Da mão que escondia a cola
E até da empolgação!
Tolhido não me sentia;
Sempre fora aquiescente
E enxergava o que via
Como o melhor pra gente...
Daquele tempo a memória
Me dá registro feliz...
É lauda de minha história,
Que melhor, certo, não quis!
Anos e anos vividos
Numa boa harmonia,
Desfeita por dias idos,
Na vida, em travessia...
Das lembranças bem gravadas
As carteiras vêm agora;
Ao chão, todas afixadas
Contra a imprudência que aflora...
Muito zelo talvez fosse,
Certo não era preciso!
Mas na vida, não tão doce,
Às vezes falta juízo...
Nunca me disse alguém
Por que carteiras assim;
Hoje a política vem
E explica tudo pra mim!