Cancioneta (parte IX)
[como o pássaro rasante
cujo vôo rasga o som
cintilando num instante
tudo aquilo que há de bom]
Revoada em piscadelas
Eu consigo perceber
O poema que vem dela
Que se escreve com prazer...
O bater das asas canta
Pelas penas de cetim
Surge mágica uma manta
Eu envolvo o amor enfim...
[chega a tarde sem alarde
tanta coisa aconteceu
tudo agora nunca é tarde
no entoar da lira de Orfeu]
Faz-se a bruma inebriante
Entre ditos e enlear
Do romance neste instante
Onde o ocaso tem lugar...
Como o tempo a noite gira
Dois em par e grande beijo
O bailar conforme a lira
Dentre o fogo que eu desejo...