Cancioneta (parte VII)
[a manhã está chegando
e o jardim que a noite fez
flore ardente vez em quando
primavera quando em vez]
Foi o véu da noite embora
Vejo o céu iluminar
Pois que o dia chega e aflora
Sentimento que é de amar...
Como a bela adormecida
Eu sentia a flor no peito
Sem chegada e sem partida
Tudo o mais leve e perfeito...
[o soar também respira
Já o vento gira e para
nesse som que emite a lira
se presença muito rara]
Perceber que ela sublima
O ar que evola pelos lábios
E na face o ameno clima
Do sensível, nobre e sábio...
Mas se entregue está segura
Rosto a rosto e perna a perna
Já o amor enlaça e cura
Poesia voa eterna...