Cancioneta (parte VI)
[quando o sonho faz-se a dois
em luar de madrugada
não há antes nem depois
no acolher da flor amada]
Vaga a noite como um rio
Cançoneta passo a passo
Eu sentindo, logo crio
A beleza dá o traço...
Num mergulho em par com ela
Entre as nuvens eu velejo
As mãos dadas, cena bela
Numa cama de desejos...
[se colados no descanso
quando o sol está dormindo
corações navegam mansos
tudo o mais se torna infindo]
O amanhã ainda espera
Eu versejo no infinito
Um segundo é uma era
Pois que juntos, tão bonito...
Já mesclados pro nascente
Foi assim que sucedeu
Dois em um, num sono ardente
Fez chorar até Morfeu...