Cancioneta (parte IV)
[no recato dentre os braços
onde tudo está mais puro
já o corpo ainda lasso
se prepara pro futuro]
Como o toque de cetim
Cujas mãos delineadas
Percorriam-me e por mim
Desenhavam-me na amada...
Rabiscando-me co'os dedos
Eu sentia tais ranhuras
Ora ácido, ora ledo
Me queimava em forma pura...
[Tanto mais entorpecia
Por ser doce e genuíno
O carinho e poesia
Embalavam um menino]
Não havia mais palavras
Por sentidos qu' eu as punha
Algo hábil que escalavra
Lapidara-me com unhas...
Todo fim tem recomeço
Reinício sempre rege
Pela história rasgo e teço
Tanto o sacro quanto o herege