Cancioneta (parte IV)

[no recato dentre os braços

onde tudo está mais puro

já o corpo ainda lasso

se prepara pro futuro]

Como o toque de cetim

Cujas mãos delineadas

Percorriam-me e por mim

Desenhavam-me na amada...

Rabiscando-me co'os dedos

Eu sentia tais ranhuras

Ora ácido, ora ledo

Me queimava em forma pura...

[Tanto mais entorpecia

Por ser doce e genuíno

O carinho e poesia

Embalavam um menino]

Não havia mais palavras

Por sentidos qu' eu as punha

Algo hábil que escalavra

Lapidara-me com unhas...

Todo fim tem recomeço

Reinício sempre rege

Pela história rasgo e teço

Tanto o sacro quanto o herege

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 26/08/2024
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