Pelas quadras da vida CXCI

Uma quadra, amigo, eu vi

E confesso que gostei...

Na verdade, eu a escrevi,

Mas na hora não notei.

Não notei que era o autor

Daquela pequena peça...

Falo, sim, sem dissabor;

Na verdade, ri à beça!

Digo, então, sem vaidade,

Pois sei que nada é da gente...

Há só cumplicidade

Entre nós e o Onipotente...

Daí, sempre agradecer

O que temos nesta vida,

Que nos faz sobreviver

E nos dá força na lida.

Sempre, sempre agradecer

O que a nossa alma tem...

Seja um jeito de dizer,

Seja o que dos braços vem...

Sempre, sempre agradecer

Ter o mundo poesia,

Que ilustra nosso ser

E acende toda a magia...

E, assim, sem presunção

Viver bom recolhimento

Que afasta ostentação

E apura o sentimento...

Sentimento de aprender

Que tudo, tudo que temos

Vem do alto, de um Saber

Que humildes acolhemos!

Que humildes acolhamos

Sempre, sempre os talentos

E que sempre percebamos

A condição de rebentos!

Tudo que tenho recebo...

Parece mesmo bom mote...

Se assim a vida concebo,

Tenho a luz de santo archote.

E aquele que assim não pensa

Vaidoso vai ficando:

Vaidade nunca compensa,

É pecado, talvez nefando!