QUADRAS DE LAMENTO LXIV

Quando eu te conheci era tão lindo!

Quase um sonho mágico e inocente

Eu julgava que fosse para sempre...

Algo sublime, alguma coisa diferente!

Tu querias falar comigo a todo instante

Pela manhã, à tarde, à noite também...

Tu pensavas em mim o tempo inteiro

Até adormecer e acordar, muito além!

Nossa amizade foi crescendo tanto!

Foi se transformando em algo a mais...

Aos poucos nós fomos descobrindo

Um sentimento puro de ancestrais!

Porém, tu foste com muita sede,

Ao pote, como a abelha faz o mel,

Em forma de segundas intenções

Mas, eu não quis provar o teu fel...

Um turbilhão de perguntas eu fiz,

Sequer respondeste à primeira...

Fingia não entender nada, nada,

Saindo pela tangente na coleira...

Com o passar do tempo tudo mudou...

Teus disfarces foram caindo ao chão

Cada mentira tua foi à gota d’água...

Cada deslize teu causou a separação!

Eu não nasci para ser um segredo

Na vida de ninguém, sequer na tua...

Não pretendo me esconder na sombra

Para ofuscar a luminosidade da lua!

Portanto, agora que voltastes, eu voltei!

Estamos a representar tão bem assim

Neste palco de tristeza e fingimento...

Nós ainda seremos amigos? Não ou sim?

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 07/04/2024
Reeditado em 09/04/2024
Código do texto: T8036910
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.