O amor em trovas - E outras
Ela disse, ar atrevido, “Um objeto tão belo
“do teu amor dê-me prova” capaz de fluir o desejo,
e eu, um tanto distraído, cheio de amor te revelo
lhe fiz esta pobre trova só o querer tocar almejo”
Ela, cândida, retrucou: “Embora quisera dar-te
“uma só não me contenta, e não só mero fragmento
que pequeno gesto de amor! mas o todo, não só a parte,
Quero cerca de noventa.” a lua é um sentimento”
“Noventa, amada minha? “E esses são intocáveis,
Tu mereces muito mais, não quero te dar ilusão
do meu coração és rainha nem só palavras amáveis,
o que tu pedires terás.” arranca de mim o coração”
“Dê-me, então”, ela gemeu, “Amado”, ela exclamou,
um pedaço grande da lua, basta a trova cheia de vida,
pois se tudo que tenho é teu quem assim um dia amou?
ela é minha, logo, é tua” Nunca eu fui tão querida!”
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LEMBRAR SAUDADE
É duas vezes sofrer Se choro a sua ausência
relembrar o que passou qundo vem o anoitecer
faz novamente beber só denoto a carência
o cálice da mesma dor que eu sinto de você
SONHO NAMORO
Sou parceiro da ternura Em te vendo, disfarço,
e me achego à meiguice, se sorris, amoleço,
fico longe da amargura eu teu rosto me acho
e enfureço com a tolice em teu corpo adormeço
ILUSÃO UTOPIA
Bela trova quis fazer Apaguei o sol num gesto
pra encantar teu coração, deixando a terra escura,
no entanto cadê poder o exagero eu detesto,
pra tocar essa ilusão? prefiro beber a ternura