O amor em trovas - E outras

Ela disse, ar atrevido, “Um objeto tão belo

“do teu amor dê-me prova” capaz de fluir o desejo,

e eu, um tanto distraído, cheio de amor te revelo

lhe fiz esta pobre trova só o querer tocar almejo”

Ela, cândida, retrucou: “Embora quisera dar-te

“uma só não me contenta, e não só mero fragmento

que pequeno gesto de amor! mas o todo, não só a parte,

Quero cerca de noventa.” a lua é um sentimento”

“Noventa, amada minha? “E esses são intocáveis,

Tu mereces muito mais, não quero te dar ilusão

do meu coração és rainha nem só palavras amáveis,

o que tu pedires terás.” arranca de mim o coração”

“Dê-me, então”, ela gemeu, “Amado”, ela exclamou,

um pedaço grande da lua, basta a trova cheia de vida,

pois se tudo que tenho é teu quem assim um dia amou?

ela é minha, logo, é tua” Nunca eu fui tão querida!”

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LEMBRAR SAUDADE

É duas vezes sofrer Se choro a sua ausência

relembrar o que passou qundo vem o anoitecer

faz novamente beber só denoto a carência

o cálice da mesma dor que eu sinto de você

SONHO NAMORO

Sou parceiro da ternura Em te vendo, disfarço,

e me achego à meiguice, se sorris, amoleço,

fico longe da amargura eu teu rosto me acho

e enfureço com a tolice em teu corpo adormeço

ILUSÃO UTOPIA

Bela trova quis fazer Apaguei o sol num gesto

pra encantar teu coração, deixando a terra escura,

no entanto cadê poder o exagero eu detesto,

pra tocar essa ilusão? prefiro beber a ternura

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 24/12/2007
Reeditado em 25/12/2007
Código do texto: T789992
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