MINHA AVÓ (QUE TAMBÉM FOI MÃE)

MINHA AVÓ

(QUE TAMBÉM FOI MÃE)

Marco Aurélio Chagas

Cabelos brancos,

Alvos como a neve,

Olhos fixos no horizonte.

Ó, quanta vivência,

Quanta experiência

Ocultas nessa tez

Carregada pela idade!

Nos olhos vê-se a saudade refletida,

Saudade dos tempos idos,

Tempos que só voltam na recordação.

Tempos de felicidade,

Tempos de alegria,

Tempos de luta.

Antes, ouvia chamá-la

Mamãe,

Hoje, chamam-na, também,

Vovó.

São seus netinhos,

Filhos de seus filhos.

Ó, quanta felicidade

Ouvir a voz das novas gerações.

São novas e melodiosas canções.

São novas vidas,

Vidas possíveis

Graças a sua vida

Sua vida, ó vovó,

Que hoje se contenta

Em recordar os bons tempos

E a contemplar

Os frutos de sua existência.

Vovó, você também é mãe.

E em você existe esse amor sublime,

Agora, não só aos filhos,

Mas extensivo aos netos.

Vovó, sua velhice

É um estímulo a nossa juventude,

Porque nela sentimos

O resultado de uma vida

Fecunda e útil.

Vovó, seus passos lentos

Refletem os anos já vividos,

Os anos de infância,

Os anos de juventude

E agora, tão dignos

Como nunca,

Vive os anos

Maravilhosos

Da velhice.

***