Obstinação
Para não passar em branco
Pego da pena e me atrevo
Mas para ser muito franco
Nem uma linha eu escrevo
Faço sem temer ao pranto
Véu de solidão dos poetas
Que os cobre feito o manto
No frio das horas incertas
A noite galopa e avança
Trazendo um ar de mistério
A lua ensaia uma dança
Nos salões do seu império
No exercício de um monge
À hora que o sono impera
A madrugada se vai longe
Com ela o medo das feras
Minha pena desliza suave
Vai abrindo seus caminhos
Meu coração tem as chaves
Os mapas e os pergaminhos
E mais uma trova surge
Como brota a água da fonte
Na hora que o sonho urge
Como o sol lá no horizonte
MARCANTE, Alexandre.
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