Pelas quadras da vida CXLVI (Poeminha do oblíquo insistente)
Com o oblíquo não se começa
A frase gramatical,
Mas a gente atravessa
Essa lei professoral...
Digo do oblíquo fraco,
Átono ele é, portanto,
Como na frase TE ABRAÇO,
Que fica ABRAÇO-TE; pronto?!
Mas tal jeito de dizer
É um modo lusitano...
Nosso abraço é pra valer,
Com o pronome se antepondo...
Oswald diz: DÊ-ME UM CIGARRO –
Coisa de mestre e aluno...
Estava tirando sarro
E mostrando novo rumo...
O rumo, a revolução
No jeito de expressar
Contra a nossa solução:
Sempre, sempre imitar...
Mas nossa escrita inda está
Em parte bem quadradinha...
Com escrúpulo de mudar,
Inda reza a ladainha...
E a gente fala e fala,
Com o pronome no começo,
Contra a regra que não cala
E na escrita traz tropeço.
Porém não custa saber
Tal lei que cabe na hora
Em que se quer escrever
Todo cheio de nove horas...
Digo isso pro seu bem...
Não vá mesmo é perder ponto.
Cuidado! Lá no Enem,
Esse erro lhe dá desconto!!!
COBRE-SE, porém não SE COBRE
No início da oração...
Bem simples! Nem se desdobre,
Pois fácil é a lição...
Disse aqui e ora repito,
Falo de dissertação...
Mesmo aí, esse rito
Um dia vai mudar; não?!