Livro de visita.

O meu coração perambula

Pelos corredores da saudade

Num passeio que só estimula

Relembrar a crua verdade.

Nas paredes envoltos em molduras

Pelo tempo já amarelada

Retaratos de desventuras

Angariados ao longo da ardua jornada.

Uma janela grande e aberta

Mirando o rumo do nada

Nesta galeria fria e deserta

No abandono e desabitada.

Cada sala é uma lembrança

Que pra mais longe me transporta

E me vejo cheio de esperança

Ao abrir uma das portas.

Uma foto meiga e muito bonita

E que prende a minha atenção

E o doce olhar que meus olhos fita

É da minha primeira paixão.

E noutra sala eu me vi menino

E o meu coração pulsava bem forte

Eu tentava elaborar um destino

Que não dependesse da sorte.

Entrei na sala da amizade

Estava tudo tão limpo e arrumado

Senti então uma suave serenidade

De um lugar de paz clara e bem arejada.

Senti que sem querer eu estava sorrindo

Mesmo sendo um momento tão carente

É que quando estava quase desistindo

Foi os amigos que se fizeram presente.

Sob um raio de sol por entre cortina

Num livro bem grande eu vi registrado

A amavel e meiga presença da alma feminina

Que fizeram de mim um poeta apaixonado.

E ao assinar o livro de visita na saida

Olhei para cada detalhe daquela galeria

Pensei numa flor branca pequena e tão linda

Que não é saudade,pois se encontra na minha atual poesia.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 07/12/2007
Código do texto: T768960
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