QUEM DERA...TODA FLOR
Fosse a essência de ser ela
Na genética da estação...
Não o que se espera dela!
Nesse jardim de opressão.
Que suas genuínas sépalas
Fossem só a precisão
De nascer fragilidade
Mas florescer imensidão.
E que fosse sempre flor
Pelo tempo decorrido
No afã do esplendor
Mesmo em solo corrompido.
Sem ter que pedir licença
Para ser afloração
Ao perfume consagrado
Pra também ser redenção.
Fosse Rosa ou fosse Orquídea
Margarida ou Begônia...
Fosse só flor distraída
Pra nunca sentir vergonha.
Se nascesse flor espícula
Cálices das Sibipirunas
Já chegasse precavida!
Com absinto de ternura.
Florescendo em flor de Maio
No atraso renascido...
Revivesse de soslaio
Pelo seu tempo perdido.
Quem dera se toda flor
Fosse a essência permitida!
Notas de um doce amor
À memória olfativa.
Sem a alma maquiada...
Simplesmente tênues pétalas
Nem ter a aura tatuada...
Disfarçando a nobre estética.
Quem dera fossem as flores...
Todas elas de verdade!
Sem florir rimando dores
Num jardim sem piedade.