TROVAS

TROVAS

Ser ave, lírio e poeta,

três em um -- infinidade.

E viva o sonho do esteta,

mãos e mente, liberdade.

Aldravias, haicais, trovas,

poetrix -- concisos -- fi-los.

E são poéticas novas,

minimalistas: Estilos.

Livros semeio, ó Maria!,

poeta de arribação.

Eu vivo na teimosia

da pura imaginação.

A gran floresta amazônica,

lar comum, cidadania,

não pode viver agônica.

Mas, viva a florestania!

A noite escura da dor,

dá o sentido da luz.

Pois há o Esposo de Amor,

ensinou São João da Cruz.

Só sei que no tempo ganho

quero viver. Sou atendido!

Graças a Deus, eu rebanho,

fujo do tempo perdido.

Lembremos sempre o sofrer,

tanto horror, carnificina.

Pra gente não se esquecer

da rosa-fel de Hiroshima.

Bem longe de mim a dor

de infeliz amor, falseta.

Para bom entendedor

o pingo é bastante letra.

Carrapato desastrado

apegou-se no Araquém.

Tive até dó do coitado,

'sangue bom' Ara não tem! (H)

Pinto, pintor de parede,

há muito tempo não pinta.

Pintando o sete, com sede

foi ao pote. Levou tinta! (H)

Afonso de Castro Gonçalves

Membro efetivo, Cadeira 02

Patrono: Millôr Fernandes

(H) Humorísticas, a trovas. As demais são líricas e/ou filosóficas.

Afonso de Castro Gonçalves
Enviado por ABLAM em 01/08/2022
Reeditado em 10/08/2022
Código do texto: T7572774
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