PREDADOR
Os olhos da fera me espreitam
Não desviando de mim até agora
Pronto ao ataque em silêncio deitam
Aguardando o momento, esperando a hora
Nesta selva que pela primeira vez adentro
Viro alvo fácil, presa indefesa
Acabo virando do alvo o centro
Logo logo estarei na mesa
Fartando predadores famintos
Por carne, objeto e drogas
Saciando primitivos instintos
Não sei por quê não interrogas!
Eu que de uma selva real me origino
Nunca temi verdadeiras feras
Contudo agora sequer imagino
Aproximar-me destas por eras
Minha selva original de mato e bicho
Nunca me ofereceu grande perigo
Ao contrário desta em que ora sigo
Cheia de carro, gente, fumaça e lixo.
Fim