DOMINGO,

 

O domingo é um dia,

Que tem muito a ver com idade;

Quando jovem alegrias,                                                                                                   

Quando idoso, saudade.

 

É um dia quase inútil,

Que chega a aborrecer;

Na teve só coisa fútil,

Pouca coisa pra se entreter.

 

Eu que moro sozinho,

E não tenho religião;

O dia passa devagarinho,

Não tem o que ver na televisão.

 

Ponho em dia a caminhada,

Quando não está chovendo;

Muito sudoku na jogada,

Quando vejo, estou escrevendo.

 

O fato de não mais guiar,

A cegueira me impede;

Dificulta para viajar,

Nada grande, mais sucede.

 

Esta tal de pandemia,

Me acovardou bastante;

Acabou a fantasia,

De em tudo estar presente.

 

Estou curtido meu jardim,

Tiro mato, molho as plantas;

Fazia tempo que não era assim,

Não curto ficar sob as mantas.

 

Todo domingo é um tédio,

Raro tocar o telefone;

Mas quando não tem remédio,

Ponho a boca no trombone.

 

Atualmente a primogênita,

Que não é mais minha vizinha;

Todo domingo me visita,

Muitas vezes não vem sozinha.