A caneta mágica
Caminhando pela vida
Sem pretensão alguma
Em meio à uma avenida
E sobre uma grande bruma
Avistei no chão vermelho
Uma caneta a brilhar
Parecia ser feita de espelhos
Com sua luz forte a cintilar
Então peguei aquela caneta
Sua beleza me encantou
Sua escrita era perfeita
Não sei como alguém a jogou
Levando ela pra minha casa
Ficava olhando a admirar
Tem vezes que parecia brasa
Querendo me hipnotizar
Não estava mais resistindo
E num surto de loucura
Peguei aquela caneta
E me deu uma grande tontura
Então minha mente se abriu
E eu comecei a escrever
E um texto logo me surgiu
O primeiro que pus-me a fazer
Depois disso não parei mais
Não tinha folha que bastasse
Mas isso só me dava paz
Não parava nem se cansasse
Textos, trovas, poesias
Contos e grandes histórias
E isso era noite e dia
Pra mim era digna de glória
Essa caneta encantada
Trazia consigo magia
Como foi bom encontrá-la
Ela preenchia o meu dia
Um dia senti ela fraca
Estava com a tinta acabando
Eu tentava escrever e nada
Dia a dia foi piorando
Até que se acabou de vez
E aquela caneta secou
Tudo o que ela então me fez
Em mim então se modificou
Comprei uma outra caneta
Que nem era assim tão bonita
Coloquei ela na gaveta
E senti uma coisa esquisita
Me deu vontade de escrever
E foi então que percebi
Que a caneta que veio a morrer
Deixou esse hábito em mim
De escrever e escrever
Com a caneta que podia
E isso então me fez entender
Que a escrita é que era a magia!