PÉROLAS DE CARANANDUBA - CANTO N° 27
BEIRAL DE JANEIRO
Neste beiral de janeiro
a nuvenzinha indolente
desloca-se docemente
disfarçada de carneiro.
OS SERES DA ESCURIDÃO
Todos os seres noturnos
no meio da madrugada,
sob uma noite estrelada,
expõem seus olhos soturnos.
O VOO DA BORBOLETA
O dia, por fim, se lança
neste pequeno planeta,
O voo de uma borboleta
Seja uma nova esperança.
TROVOADA
O vento troa na mata
no comecinho da noite,
rajadas feito açoite,
a chuva logo desata.
O TEMPO PASSA DEPRESSA
Lentamente, sem alarde,
o tempo passa sem termos
e, súbito, ao percebermos
já é tarde, muito tarde.