TROVAS AVULSAS - XV
1
Sempre serei, certamente,
meu mais severo juiz.
Jamais julgado inocente
pelo que na vida eu fiz.
2
Vou semeando ilusão,
até onde a vista alcança,
nos campos do coração,
em que definha a esperança!
3
Sendo amor ou mesmo afeto,
seja cedo, seja tarde,
mineiro, sempre quieto,
come sem fazer alarde.
4
Sente leve o coração
ao sabor de doce espera,
quem no outono colhe o grão
plantado na primavera!
5
Sofrer pareceu-me eterno,
mas descobri que não era,
floriu tudo em pleno inverno,
com teu Sol de primavera.
6
Se queres a vida cheia
de esperança e luz, então,
muito amor e paz, semeia,
no jardim do coração!