Pelas quadras da vida XXV
1
Sou franco, minha querida:
Já sou velho e tu és nova.
Minha fúria na saída
Se malogra ao fim da prova...
2
Tanta senha pro que sou
Pra entrar aqui e acolá,
Mas a senha de onde estou
É meu fone, é só ligar.
3
Como pode dar enlace,
Se a mulher viveu no armário,
E o homem em seu disfarce
Sempre foi grande falsário?
4
Às vezes a trova vem,
Tão sonora, tão rimada,
Qual a paixão que advém
Só de ver e de mais nada.
5
A palavra que agrega
É a mesma que separa;
O silêncio – não se nega –
É prudência e coisa rara.