Pelas quadras da vida XIII
1
Evito a palavra forte,
Mas não possuo eufemismo,
Se nos deixam entregue à sorte
Por puro, puro egoísmo.
2
Agora, assim como outrora,
A trova acena pra mim.
Ela surge bem sonora
Com rima, começo e fim.
3
Lucro, lucro, sempre lucro...
Té mesmo na pandemia.
O lucrar assim tão xucro
Mais piora o dia a dia.
4
Quando abro a minha carteira
Pra do mendigo a sacola,
Há quem ache grande asneira
Aplacar o mal com esmola...
5
Há mesmo quem se aproveita
E de mendigo se faz,
Mas será grande desfeita
Negar ao que a chaga traz.