O tempo, esse amigo traiçoeiro

Passa correndo, voa ligeiro,

Deixando a saudade no ar flutuar,

Trás rugas na face,

dificuldades no andar.

O corpo dorido de tanta jornada,

Serviu para nada, e pra tudo serviu.

Viveu alegrias,tormentos, de tudo,

agora sisudo, não quer nem andar.

Quando os filhos pequenos

O amparo sereno queria lhes dar,

Hoje tudo mudado, mas o velho cansado,

Não para de amar.

Ama o passado, presente vivido

Futuro encontrado, e agora esquecido.

Filhos criados, netos brejeiros,

Que sem exageros

O faz caducar.

Á noite nas preces

Volta-se pra Deus,

E nunca se esquece

De nenhum dos seus.