MÃE-NATAL
“As Trovas de Maria”
Hoje nasceu o Menino
Na Lapinha de Belém,
Tão belo e pequenino,
De Maria, sua Mãe.
Maria de Nazaré,
Mãe-coragem sem rival,
Foi com seu homem, José,
A Mãe de Deus, Mãe-Natal.
O Menino nos seus braços
Tão frágil com´ uma flor
Doces olhos, sem embaraços,
Num sorriso de amor.
Ouve-se um canto no céu,
Naquela noite estrelada,
José, o Menino, aqueceu
Do frio da madrugada.
Lá fora a neve caindo,
Já se ouvem os mil badalos,
Calmos rebanhos saindo
À hora da voz dos galos.
Chegam lestos os pastores,
Com enorme encantamento,
Deixam prendas e louvores,
Roupinhas d´ aquecimento.
Célere corre a notícia,
O sol vai alto a brilhar,
Àquele Menino – delícia –
Todos querem ir louvar.
A feliz Mãe, encantada
Por tudo ter sem pedir,
Ela antes não tinha nada
Agora, o Menino, a sorrir.
Em Belém, nada é igual,
Gente pobre, gente rica,
Com esta mãe, Mãe-Natal,
Todo o mundo «maior» fica.
Ouvem-se fados, canções,
Com danças de ar festivo,
Delira-se co´ as emoções
De um aparato tão vivo.
Do oriente chegam os Magos
Em luz de estrela brilhante,
Trazem prendas e afagos
Pra Mãe-Natal radiante:
- Cesse a pobreza e a guerra,
Cesse o mal e a desventura,
Haja Paz em toda a terra,
Qu´ as doenças tenham cura.
- Cesse a miséria, a injustiça,
A usura e a corrupção,
A vaidade e a cobiça
E o ódio no coração.
- Qu´ o Grande fique pequeno
Do tamanho do Menino,
Que se esvazie o veneno
Do orgulho viperino.
- Ó Mãe-Natal, mãe Maria,
São estas «prendas ousadas»
Que queremos em harmonia
Com tuas bênçãos sagradas.
- Não invejamos, Mãe Santa,
As prendas do “pai-natal”,
Tua Alegria nos encanta,
Que melhor Bem, afinal?
Frassino Machado
In TROVAS DO QUOTIDIANO