VONTADE PRÓPRIA
A poesia às vezes chega
Como tranquila e suave brisa,
Percorre o meu corpo, me alisa,
Mas se não a capturo, logo se dissipa.
E vai em busca de outro,
Que de pronto a reconheça,
Quiçá até lhe obedeça
E a transforme em escrita.
Às vezes chega atrevida
Com seu chicote e açoite,
Ela quer que eu dê-lhe a vida,
Devo parí-la esta noite.
Num jogo de se esconder
Eis que novamente vem,
Mostrando força e poder
Mas logo volta pro além.
Reaparece como uma atleta,
Eu a esperá-la estava.
Deixou-me vê-la completa,
Desta vez não estava brava!