CANTO DA MONOTONIA
Segue-me por toda parte
Essa dor maldita
Geme o coração reparte
Meu peito grita...
Canto a minha arte
A vida imita!
Reprimo o pensamento
Cada agonia...
Íntimo isolamento
De monotonia
Dentre os fragmentos
Dessa poesia!
Passo dias após dias
Me consumindo...
Breves serão os anos
Me redimindo...
Virão depois os séculos
Estarei dormindo!
Essa sentença eterna
Jamais se acabe
Essa lágrima materna
Em mim desabe...
Dentro dessa caverna
Nunca se sabe!
De todos esses momentos
Que vivo agora...
Árduos sofrimentos
Da última hora
Conflitos, padecimentos,
Em mim aflora!
Deus! Olhai os pobres,
Iguais a mim...
Com vosso manto cobre
Meu rosto assim...
Com vosso Espírito Nobre
Apressa o fim!