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"Nunca ame o que não vibra."
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 Leituras de Orides Fontela. Edson Cruz | by Ed Caliban | Revista ...
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Orides Fontela (1940/1998)
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Orides de Lourdes Teixeira Fontela foi uma escritora e poetisa brasileira natural de São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Mudou-se para a capital paulista para estudar filosofia e publicou seu primeiro livro, chamado Transposição, em 1969, seguido de outras quatro coletâneas de poemas, compiladas em 2006 no volume Poesia Reunida 1969 - 1996, oito anos após a morte da poeta. De tendência contemporânea, publicou trabalhos e versos periódicos no O Município de sua terra natal e no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo. Ao longo de sua carreira, Orides Fontela foi responsável por obras como Transposição (1969), Helianto (1973) e Alba (1983), que recebeu o Premio Jabuti de Poesia do mesmo ano. A escritora também foi consagrada com um premio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo livro Teia (1996), que contém poemas bastante coloquiais, mas que passam longe das facilidades expressivas da língua portuguesa. E, mesmo depois de sua morte, Orides foi homenageada pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural, em 2007. É costume descrever o temperamento de Orides Fontela em notas biográficas como esta, além de certa lenda que já se fixou em torno de sua biografia, para logo em seguida descartar esta mesma biografia em prol da descrição de sua poesia "enxuta", "concisa", "cristalina". Estes adjetivos fazem sentido em uma descrição da obra da poeta, assim como em seus poemas a primeira pessoa do singular parece estar consistentemente exilada dos verbos. A biografia de Orides Fontela importa pouco para a avaliação formal de seu trabalho, mas eu tenho certeza que haveria outra forma de pensar a conexão entre a obra e a vida da poeta. No caso de Fontela, não estariam ligados, a pobreza física e material de Orides Fontela e seu despojamento estilístico, o próprio desnudamento de sua poesia? Uma mulher sem casa, sem amores, talvez pudesse realmente louvar apenas o oxigênio. Pobreza, veja bem, de uma poeta que negou o adorno e embelezamento poético até suas últimas consequências, e escreveu preferir, como trocas, "Um fruto por um / ácido / um sol por um / sigilo / o oceano por um / núcleo // o espaço por uma / fuga / a fuga por um / silêncio//- riquezas por uma / nudez."  Fala-se de neosimbolismo em sua poesia, por seu uso de substantivos que nos convidam a vê-los como "símbolos", freqüentes em sua poética, como "pássaros", "espelhos" e "rios" circundando o mundo. Eles convidam a isto. Mas algo muito importante separa o trabalho de Orides Fontela da poética dos neosimbolistas brasileiros, um dia reunidos em torno da revista Festa, comandada por Tasso da Silveira, dos quais hoje lemos apenas Cecília Meireles e Henriqueta Lisboa. Pois seus melhores poemas demonstram sua atenção linguística de poeta do pós-guerra, em um momento histórico que exigia, de seus símbolos, a consciência de serem signos, de uma poeta que compreendia nutrir sua simbologia pela linguagem, que a filtrava. Em Orides Fontela, o símbolo se faz signo, num movimento de mão dupla, em fluxo e refluxo, como se a linguagem poética, em sua capacidade múltipla de concretude e abstração, passasse a ter marés. Se Fontela está ligada por temperamento a poetas como Cecília Meireles e, por sua vez, a Cruz e Sousa, seu simbolismo "sígnico" faz Orides Fontela mais próxima, creio, da Henriqueta Lisboa de um livro como Além da Imagem (1963); não a Henriqueta Lisboa de A face lívida (1945) ou Flor da morte (1949), mas a poeta consciente dos jogos e artifícios da linguagem e dos símbolos/signos, a poeta que esta parece se tornar a partir da década de 50 (e que precisamos voltar a ler), especialmente em livros como o já citado Além da imagem ou no livro Reverberações (1976). Sim, a lucidez alucina. Morta em um hospital público em 1998, sem família, indigente como uma poeta, exatos cem anos depois da morte de Cruz e Sousa e o transporte de seu corpo para o Rio de Janeiro em um trem de carga, num vagão para animais, estas duas datas (1898 - 1998) encerram o século XX da poesia brasileira.
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A TROVA  DO DIA - CDLIX

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  "MÁSCARAS"

Já escolheu o seu disfarce de Carnaval? Veja estas ideias | Mood ... 
Entre verdades camufladas,
 Nascem as nossas ilusões, 
 Que permanecem ligadas,  
Com reflexos em emoções.
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N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):

15/07/20 16:32 - Antônio Souza
Palavras verdadeiras e não ditas
Não podem ser ao todo desprezadas
Vez q' as intenções são benditas
E no coração sempre ficam guardadas.  
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15/07/20 18:12 - Joselita Alves Lins
Iludi-me com mentiras.
Na esparrela eu caí,
Mas mostrei ao traíra,
Que das cinzas resurgi! 
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15/07/20 18:52 - Maria Augusta da Silva Caliari
Ainda agora de máscara te vi
Não entendi o que tu querias
Num golpe rápido até senti
Tua máscara algo pra mim dizia.  
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16/07/20 14:43 - Uma Mulher Um Poema
Inveja dá força para maldade
De quem não quer se capacitar,
Distribuindo o fel da infelicidade,
Pensando na alegria que terá!  
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 15/07/2020
Reeditado em 16/07/2020
Código do texto: T7006195
Classificação de conteúdo: seguro