Trovas Inspiradas em Letras de Músicas de Bezerra da Silva

 
Só Um Coitado

Acha-se o tal com um três oitão
Mas quem conhece seu passado
Sabe que é um grande vacilão
Sem o ferro na mão é só um coitado

Fonte de inspiração:

Música: Bicho Feroz
Compositores: Cláudio Inspiração / Tonho Magrinho
Intérprete: Bezerra da Silva

Inocente na Federal

Parecia só semente
Depois virou matagal
Pegaram o inocente
Ele ficou na federal

Fonte de inspiração:

Música: A Semente
Compositores: Alan Ferreira Cardoso / Valmir da Purificação/ Sebastião Miranda/ Felipão/ Rouxinol
Intérprete: Bezerra da Silva

Rapaziada

Melhor ficar ligado
Dedo duro na parada
Vou deixar apagado
É fria rapaziada

Fonte de inspiração:

Música: Malandragem Dá Um Tempo
Compositores: Adelzonilton / Popular P. Moacyr Bombeiro
Intérprete: Bezerra da Silva

Morcegos do Povo

Meu sangue suga o morcego
O sacana do colarinho
Terei que pedir arrego
O povão luta sozinho

Fonte de inspiração:

Música: Quando o Morcego Doar Sangue
Compositor: Cosme Diniz
Intérprete: Bezerra da Silva

Ela Calça Quarentão

Megera da pá virada
Minha sogra é o próprio cão
Tudo dela é na porrada
Ela calça quarentão

Fonte de inspiração:

Música: Minha Sogra Parece Sapatão
Compositor: Miltinho
Intérprete: Bezerra da Silva

Por Trás do Terno e Gravata

Por trás de terno e gravata
Fala de fé o trambiqueiro
Com a bíblia vira magnata
Se entupindo de dinheiro

Fonte de inspiração:

Música: Pastor Trambiqueiro
Compositores: Lúcio Bacalhau sarabanda Tônico Embaixador
Intérprete: Bezerra da Silva

Sorriso falso na Foto

Sempre querendo voto
Corre atrás da mamata
Sorriso falso na foto
Na corrupção ele se farta

Fonte de inspiração:

Música: O Vírus da Corrupção
Compositor: Nilo Bahia
Intérprete: Bezerra da Silva

Chico Galhudo

Percebeu-se galhudo
Aquele Chico do morro
Da nega descobriu tudo
Deu na safada um esporro

Fonte de inspiração:

Música: Quem Usa Antena é Televisão
Compositores: Celsinho da Barra Funda Pingo
Intérprete: Bezerra da Silva

Cabral

Foi Cabral chegar ao Brasil
Começou a roubalheira
O primeiro desse covil
O ladrão que abriu a porteira

Fonte de inspiração:

Música: É Ladrão que Não Acaba Mais
Compositor: Bezerra da Silva
Intérprete: Bezerra da Silva

Malandro e Mané

Dos trancos sabe levantar
Malandro leva na moral
Mané tenta imitar
O otário sempre se dá mal

Fonte de inspiração:

Música: Malandro é Malandro e Mané é Mané
Compositor: Neguinho da Beija – Flor
Intérprete: Bezerra da Silva

Coca com Fartura

Polícia procura
Cagueta denunciou
Muita coca com fartura
Na geladeira encontrou

Fonte de inspiração:

Música: Tem Coca Aí na Geladeira
Compositora: Regina do Bezerra
Intérprete: Bezerra da Silva

Colarinho

Aquele do colarinho
Pior de todos os bandidos
O pilantra do jeitinho
Castiga os oprimidos

Fonte de inspiração:

Música: Vítimas da Sociedade
Compositor: Bezerra da Silva
Intérprete: Bezerra da Silva

Sogra

Bandido raptou a sogra
Sequestrador deu azar
Tenta devolver a droga
Prefiro com ele deixar

Fonte de inspiração:

Música: Sequestraram Minha Sogra
Compositores: Barbeirinho do Jacarezinho Sarabanda
Intérprete: Bezerra da Silva

Babaquice Atoa

Baixada tem gente boa
Jacu vê com preconceito
É babaquice atoa
Agir com tanto desrespeito

Fonte de inspiração:

Música: Baixada
Compositores: Edson Show Wilsinho Saravá
Intérprete: Bezerra da Silva

Gírias

Descoladas expressões
Jeito popular de falar
Várias situações
Cada gíria de um lugar

Fonte de Inspiração:

Música: A Gíria é a Cultura do Povo
Compositores: Elias Alves Júnior Roberto Lopes da Costa Júnior
Intérprete: Bezerra da Silva


Perfil do artista:

          José Bezerra da Silva nasceu em Recife, 23 de fevereiro de 1927 e faleceu em 17 de janeiro de 2005... Foi um cantor, compositor, violonista, percussionista e intérprete brasileiro dos gêneros musicais coco* e samba, em especial de partido-alto*
.         Através do samba, cantou os problemas sociais das favelas e da população marginalizada, sempre com um toque de humor, sem deixar a critica social de lado.
          Gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro disco em 1975, de um total de 28 álbuns lançados em toda a carreira que, somados, venderam mais de 3 milhões de cópias.
        Apesar de ter sido um dos artistas mais populares do Brasil, foi um artista bastante ignorado por aqueles que controlam a cultura de massa.
Vindo de família humilde, sua mãe foi abandonada grávida do marido quando esperava Bezerra.
         Aos 15 anos foi expulso da Marinha Mercante e viajou para o Rio de Janeiro para procurar o pai. Fez a viagem em um navio que carregava açúcar.
         Chegando ao Rio, os desentendimentos com o pai o fez ficar sozinho e dá outro rumo a sua vida começando a trabalhar em construção como pintor de parede.
         Seu talento para a música começou a aparecer através do coco (uma dança de roda e ritmo da região nordeste do Brasil, principalmente Pernambuco). Jackson do Pandeiro foi um dos impulsionadores de sua carreira.
          Fez parte da bateria do bloco carnavalesco Unidos do Cantagalo, tocando tamborim.
          Boêmio e malandro, foi detido dezenas de vezes pela polícia e acabou desempregado em 1954.Durante muitos anos viveu como morador de rua em Copacabana, quando chegou a tentar o suicídio, mas foi salvo e acolhido em um terreiro de umbanda. Lá, descobriu sua mediunidade e soube, através de uma mãe-de-santo, que o seu destino era a música.

          Convencido de que não deveria mais procurar trabalho no ramo da construção civil, reinventou sua vida como músico profissional e compositor.
Sob o nome artístico José Bezerra, teve as composições "Acorrentado" e "Leva teu gereré", em parceria com Jackson do Pandeiro, lançadas no primeiro álbum da carreira do pernambucano, em 1959.

          Em 1967, compôs seu primeiro samba, chamado "Verdadeiro amor", que foi gravado por Jackson do Pandeiro naquele ano.
No final daquela década, mudou o nome artístico para Bezerra da Silva e, em 1969, gravou um compacto simples pela Copacabana Discos, com as músicas "Mana, cadê meu boi?" e "Viola testemunha".
          Seu primeiro LP,"Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 1", seria apenas lançado em 1975, pela gravadora Tapecar, e teve como destaque a canção "O rei do coco". No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou "Bezerra da Silva - O Rei do Coco Volume 2", cujo maior destaque foi "Cara de boi".
         A sua fama foi construída a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô". Em 1995 gravou pela gravadora CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras.

         Em 2001 tornou-se evangélico neopentecostal da Igreja Universal do Reino de Deus. Em 2005, perto da morte, mas ainda demonstrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.
           Em setembro de 2004, foi internado em uma clínica privada do Rio de Janeiro com pneumonia e enfisema pulmonar e chegou a ficar por quase uma semana em coma.] Um mês depois, o sambista passou mal novamente. Foi levado ao Hospital dos Servidores do Estado, onde foi internado com problemas pulmonares e faleceu em 17 de janeiro de 2005, aos 77 anos.
Ainda naquele ano, teve lançado postumamente seu disco evangélico Caminho de Luz.
          Bezerra da Silva já sua vida contadas em biografias, homenagens de artistas como Marcelo D2, o grupo Barão Vermelho, que regravou “ Malandragem dá Um Tempo” (Vou apertar, mas não vou acender agora)”.

          Os principais temas de suas canções foram a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão sofridas pelos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas como a maconha e a condenação à caguetagem (delação de companheiros).

"Essas músicas que eu canto são de compositores que são servente de pedreiro, camelô, outro tá desempregado, outro limpa o carro da madame e a mulher é a cozinheira." (Bezerra da Silva)


 
50989-mini.jpg?v=1511076498Interação de Pacco



Tal qual a polícia 
Pisando em pescoço 
Dos negros mais pobres... 

E a esdrúxula milícia 
Quer ver pele e osso, 
E um estado mais nobre. 

Sem negro, sem Índio, 
Nem mesmo um caboclo, 
Que gera o alimento... 

Igual o ameríndio!... 
Que enxerga entre os óculos... 
Um mor sofrimento! 


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Interação de rub levy

Bezerra da Silva craque popular
Das músicas da malandragem
Porem não era malandro
Pai de familia de verdade
Cantou as agruras do povo
Jeitão bem carioca
Deixou seu legado pra todos
Curtirem com alegria
Comendo mandioca frita
















 
Fábio Brandão
Enviado por Fábio Brandão em 09/07/2020
Reeditado em 07/10/2020
Código do texto: T7000544
Classificação de conteúdo: seguro
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