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"Talvez o Brasil já tenha acabado
e a gente não tenha se dado conta disso."
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Há 20 anos morria Paulo Francis: “A televisão é diabólica”
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Paulo Francis  (1930/1997)
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Paulo Francis, pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn foi um jornalista, crítico de teatro, diretor e escritor brasileiro natural do Rio de Janeiro (RJ)l. Trabalhou em vários jornais, entre eles: Diário Carioca, Última Hora, Tribuna da Imprensa, O Pasquim, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Neto de um alemão luterano que comercializava café, Francis cursou o primário em um internato na Ilha de Paquetá e o secundário (atual colegial) no Colégio Santo Inácio, em Botafogo. Participou do Centro Popular de Cultura da UNE e foi ator amador no grupo de estudantes mantido por Paschoal Carlos Magno e, por sugestão do diretor, passou a assinar Paulo Francis. Em 1952, recebeu o prêmio de ator-revelação pelo seu trabalho em A Mulher de Craig. No início dos anos 1950, frequentou a Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1954 e 1955, fez um curso de literatura dramática na Universidade de Columbia, em Nova Iorque onde foi aluno do renomado crítico e autor teatral Eric Bentley. Depois dos estudos, voltou ao Brasil como diretor. Junto do Teatro Brasileiro de Comédia, dirigiu O Dilema de um Médico de Bernard Shaw, O Telescópio de Jorge Andrade, Pedro Mico de Antônio Callado e Uma Mulher em Três Atos de Millôr Fernandes. Com sua experiência como diretor, Paulo notabilizou-se, em primeiro lugar, como crítico de teatro do Diário Carioca entre 1957 e 1963, quando intentou realizar uma crítica de teatro que, longe de simplesmente fazer a promoção pessoal das estrelas do momento, buscasse entender os textos teatrais do repertório clássico para realizar montagens que fossem não apenas espetáculos, mas atos culturais – nas suas próprias palavras, em cena um equivalente da unidade e totalidade de expressão que um texto, idealmente, nos dá em leitura a unidade e totalidade de expressões literárias. Seu papel como crítico, à época, foi extremamente importante. Após o golpe de Estado no Brasil em 1964 e durante toda a ditadura militar no Brasil (1964–1985), Francis trabalharia sobretudo no semanário O Pasquim. Paralelamente, na Tribuna da Imprensa de Hélio Fernandes, de 1969 a 1976 refinou seu estilo num sentido mais coloquial, tendo sido uma parte importante da resistência cultural, comentando sobre assuntos internacionais e divulgando ideias de como simpatizante trotskista. Em 1968, passou a editar também a Diners, revista oferecida gratuitamente aos portadores do cartão de crédito e que lançou jornalistas como Ruy Castro. Em dezembro daquele ano, logo após a decretação do AI-5, Paulo Francis foi preso ao desembarcar no aeroporto do Rio de Janeiro. Deixou a prisão em janeiro de 1969. Sem emprego, o jornalista viajou pela Europa fazendo matérias como freelancer. Nessa época, entrevistou o filósofo Bertrand Russell na Inglaterra. Em 1971, foi viver definitivamente em Nova Iorque, subsidiado por uma bolsa da Fundação Ford conseguida por intermédio de Fernando Gasparian. Lá passou a escrever artigos para diversas revistas. Em 1975, casou-se com a jornalista Sônia Nolasco e passou a ser correspondente da Folha de S.Paulo. Francis foi também centro de diversas polêmicas e desavenças. Dizia que a ferocidade que seria a marca registrada de seus textos nasceu na infância. "Aos 7 anos fui arrancado dos braços da minha mãe e atirado às feras de um internato na ilha de Paquetá. Atribuo todo meu sarcasmo e agressividade a essa brutal separação", contou ao jornalista José Castello. Ficou famoso o ataque – que ele mesmo classificaria mais tarde de "mesquinho, deliberadamente cruel" – à atriz Tônia Carrero que, por havê-lo acusado de "sofrer do fígado" e ser "sexy" – na gíria da época, homossexual – foi por ele acusada de haver-se prostituído e de mercadejar fotos de si mesma despida. Foi por isso agredido fisicamente duas vezes – pelo então marido da atriz, Adolfo Celi, e pelo colega de Tônia no Teatro Brasileiro de Comédia, Paulo Autran. Em 1963, Francis foi convidado por Samuel Wainer a assumir uma coluna política na Última Hora. Como comentarista, apoiou o esquerdismo trabalhista de Leonel Brizola, a ponto de anunciar publicamente que ter-se-ia incorporado a um dos "grupos de onze" de luta armada antigolpista, que Brizola organizava na época. Levou a tal ponto este radicalismo que chegou a ser demitido por Wainer, que no entanto recontratou-o, paradoxalmente, após protestos de um grupo de membros da burguesia carioca que tinham em Francis uma espécie de "guru" (como disse Wainer em suas memórias: "vou te recontratar, Francis, porque faço tudo o que meu banqueiro mandar"). Tomou posição contra a intervenção americana no Vietnã e contra a ocupação israelense de territórios disputados na Palestina que afrontaram o consenso pró-americano e israelense da grande imprensa brasileira da época. A presença norte-americana no Vietnã era, por si só, um massacre, diria Francis, que dedicou várias páginas de revistas sobre o tema. Em 1983, a sexualidade de Francis foi, mais uma vez, alvo de ataques e de insinuações. Francis criticou a entrevista que Caetano Veloso fizera com Mick Jagger, alegando que o roqueiro inglês zombou do entrevistador. Caetano respondeu, dizendo que Francis era uma “bicha amarga” e uma “boneca travada”. Francis afirmou que o Brasil é impermeável à grandeza. Por isso rejeitou-se Mauricio de Nassau, Domingos Fernandes Calabar e Duguay-Trouin. No Brasil simplesmente não se tem conhecimento do empirismo. Os brasileiros pensam de acordo com a Escolástica. Ou seja, se pensa com valores prefixados e imutáveis. Francis assegurou de que se fossem liberadas as forças produtivas, como diziam os marxistas, a miséria desapareceria ou ficaria em níveis toleráveis numa geração. No início dos anos 90, Francis argumentou que "os efeitos sobre a educação universitária americana têm sido tétricos. A Universidade Stanford aboliu, ou tornou optativo, o curso da civilização ocidental, porque seria uma questão de machos, brancos e mortos (dead white males). Nada antes de 1900 tem a menor importância, reza a cartilha dos politicamente corretos. Gerações ignorantes da glória da cultura ocidental, de Homero, Virgílio, Dante Alighieri, Shakespeare, Voltaire, Molière,Jean Racine, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Benvenuto Cellini, se formaram nesses vinte anos sem conhecimento dessa gente". Nos anos 90, Francis afirmou que Huckleberry Finn, o romance clássico supremo da literatura norte- americano, foi praticamente banido do currículo universitário dos Estados Unidos. O motivo é simples, Jim, o negro, escravo, amigo do Huck, com quem foge pelo Rio Mississipi, é referido o tempo todo, com a maior naturalidade, como nigger, uma forma derrogatória de dizer negro, em inglês, mas que no sul dos EUA daquele tempo era rotina. Outro livro banido é Moby Dick, de Herman Melville, que é uma das experiências extraordinárias em literatura. Sabem quais são as demonstrações politicamente incorretas de Moby Dick? No navio baleeiro, o Pequod, só há homens, nenhuma mulher que arpoasse as baleias. E Moby Dick narra uma caça de baleias, caçá-las é um crime contra o meio ambiente. Ser a favor do meio ambiente é politicamente correto. Na televisão, Francis inventou um personagem, misto do panfletarismo erudito-ligeiro dos anos 50 com o deboche de O Pasquim dos anos 70 e o marketing da mídia dos anos 80. Celebrizou-se pelas suas aparições histriônicas no ar, onde exagerava na voz arrastada e grave, sua marca registrada, que lhe rendeu inumeráveis imitações. Em 1981, tornou-se comentarista televisivo das Organizações Globo – uma virada emblemática para quem havia acusado Roberto Marinho em 1971 de ter provocado o seu banimento do país durante uma de suas prisões, em um artigo d’O Pasquim, intitulado "Um homem chamado porcaria", no qual dizia ser “caso de polícia que [seu poder] continue e em expansão”. Estreou em 1981, como comentarista de política internacional. No mesmo ano, também foi o comentarista do Jornal da Globo, falando sobre política e atualidades. De Nova Iorque, Francis também entrava no Jornal Nacional, emitindo opiniões sobre política internacional e cultura. Em 1995, dividiu com Joelmir Beting e Arnaldo Jabor uma coluna de opinião. A partir de 1993, ao lado de Lucas Mendes, Caio Blinder e Nelson Motta, Francis fez parte do programa Manhattan Connection, então transmitido pelo canal pago GNT. A partir de junho de 1996, passou a trabalhar na Globo News entrevistando personalidades internacionais como o economista John Kenneth Galbraith. Em outubro de 1996, durante o programa Manhattan Connection, Francis propôs a privatização da Petrobras - então presidida por Joel Rennó, e acusou os diretores da estatal de possuírem US$50 milhões em contas na Suíça – acusação pela qual foi processado na justiça norte-americana, sob alegação da Petrobras de que o programa seria transmitido nos Estados Unidos para assinantes brasileiros de TV por assinatura. Amigos fizeram o possível para livrar o jornalista da guerra judicial. Chegaram a apelar ao então presidente Fernando Henrique Cardoso, que tentou, em vão, convencer os diretores da Petrobras a desistir da ação. Na época, o comentarista da Globo estaria abalado emocionalmente por ser réu do processo judicial cuja indenização exigida era de 110 milhões de dólares. Segundo seu amigo pessoal, o escritor Elio Gaspari, o processo ocupou um espaço surpreendente na alma de Francis. Tomou o lugar não apenas do sono, mas também dos seus prazeres da música e da leitura. Diogo Mainardi, pupilo de Francis, foi mais enfático: sugeriu que a pressão psicológica do processo pode ter contribuído para o futuro infarto fulminante do jornalista. Lucas Mendes, que dividia bancada com ele na TV foi um dos primeiros a chegar a seu apartamento e encontrá-lo morto. Francis acabou por morrer de um ataque cardíaco, diagnosticado, em seus primeiros sintomas como uma simples bursite. Era casado com a jornalista e escritora Sonia Nolasco, com quem viveu por mais de vinte anos. Seu corpo embalsamado foi trasladado de Nova Iorque para o Rio de Janeiro e enterrado no jazigo familiar do Cemitério de São João Batista. Segundo seu companheiro Lucas Mendes, os diretores da Petrobras ainda foram atrás do espólio e da viúva Sonia Nolasco, mas, em parte, por intervenção do então presidente Fernando Henrique Cardoso e do advogado de Francis, desistiram do processo.
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A TROVA  DO DIA - CDXXXVIII

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"RECORDAÇÕES"

coração apaixonado - PicMix

A saudade traça ares na vida,
Não deixando o tempo passar,
Não existe lembrança perdida,
Enquanto no coração ela ficar.
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N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):

25/06/20 20:51 - Antônio Souza
A saudade existe pra provar
Que temos um passado vivido
Ela chega sem agente esperar
E pega todos desprevenido.  
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25/06/20 22:44 - Joselita Alves Lins
A saudade traz à tona,
Aquilo que já tivemos,
Faz a alma ficar chorona
Querendo o que já perdemos. 
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26/06/20 17:56 - Francisco Luiz Mendes
O que de bom nós vivemos
Jamais será apagado,
Tampouco vira passado,
Pois nunca que esquecemos.
Sempre estará presente:
No nosso dia a dia,
Na tristeza, na alegria,
Nada ficará ausente.
Saudade logo alivia,
O peso tão descontente. 
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 24/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T6986977
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