Trovas em isolamento
Veio a nós este flagelo
e depois nos separamos.
Cada qual em seu castelo,
da peste nos abrigamos.
Não pude prever porém
o que faz a solidão.
Viver, mas sem ter alguém,
nesta vida de ermitão.
Não desejo companhia
mas me torno desleixado.
Não mais faço o que eu fazia,
ao impulso estou fadado.
Vejo a sujeira juntar
em meu insalubre quarto.
Não suporto mais limpar,
desta rotina estou farto.
Que algum ser mais resistente
me resgate do marasmo.
Que de tão abruptamente
me dominou, estou pasmo.