Desabafo ***
Muitas vezes, perdida e silente,
pelo verde tapete da campina
em perfume estonteante e quente,
sou da terra, semente, agreste resina
Quantas vezes o vento passa,
ligeiro, correndo para longe,
não me vê, nem me abraça,
ouço só o seu mantra de monge
Espero apenas o sol para me aquecer,
querendo algo bom germinar,
em denso afago, abraço a luz,
buscando as forças para lutar
Em quarentena, centena já.