MEU RAMO DE FLORES

Meu ramo de flores

Continua à espera

Dos frescos amores

Desta Primavera.

Meu ramo, meu canto

De flores singelas,

Tu és meu encanto

Pois são todas belas.

São brancas, vermelhas,

Também doutras cores,

Não as quero velhas

Que me causam dores.

Algumas têm espinhos

Mas, outras, aromas

Para meus carinhos

Felizes sintomas.

Meu ramo abraçado

Junto ao coração

Fico enamorado

Da minha paixão.

São tantas as flores

Que me vêm à mão

E me dão frescores

De ocasião.

As flores da manhã

Nas bordas do campo

Dizem-me como está

O meu frágil espanto.

Ao longo do dia

E ao calor da luz

As flores são magia

Que à alma seduz.

E ao fim da tarde

Cheiinhas de sede

Meu coração arde

Por não ´star verde.

Hoje há lua nova

O meu ramo cresce

E que melhor prova

O destino tece?

Meus olhos de água,

A cada momento

Sinto-lhes a mágoa

De um velho tormento.

Meu ramo liberdade,

Meu ramo, meu bem,

Lembra-me a saudade

De não ter minha mãe…

Meu ramo, meu laço

Atado em ternura,

Tu és meu abraço

Numa alma segura.

Ó mundo selvagem,

Sem paz e perdão,

Quem terá coragem

De erguer a mão?

Só este meu ramo,

Que é sedutor,

Pode ser reclamo

Pode ser amor.

São estas as trovas,

Galantes e garridas,

Primaveras novas

E sempre floridas!

Frassino Machado

In TROVAS DO QUOTIDIANO

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 22/05/2020
Reeditado em 23/05/2020
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