MEU RAMO DE FLORES
Meu ramo de flores
Continua à espera
Dos frescos amores
Desta Primavera.
Meu ramo, meu canto
De flores singelas,
Tu és meu encanto
Pois são todas belas.
São brancas, vermelhas,
Também doutras cores,
Não as quero velhas
Que me causam dores.
Algumas têm espinhos
Mas, outras, aromas
Para meus carinhos
Felizes sintomas.
Meu ramo abraçado
Junto ao coração
Fico enamorado
Da minha paixão.
São tantas as flores
Que me vêm à mão
E me dão frescores
De ocasião.
As flores da manhã
Nas bordas do campo
Dizem-me como está
O meu frágil espanto.
Ao longo do dia
E ao calor da luz
As flores são magia
Que à alma seduz.
E ao fim da tarde
Cheiinhas de sede
Meu coração arde
Por não ´star verde.
Hoje há lua nova
O meu ramo cresce
E que melhor prova
O destino tece?
Meus olhos de água,
A cada momento
Sinto-lhes a mágoa
De um velho tormento.
Meu ramo liberdade,
Meu ramo, meu bem,
Lembra-me a saudade
De não ter minha mãe…
Meu ramo, meu laço
Atado em ternura,
Tu és meu abraço
Numa alma segura.
Ó mundo selvagem,
Sem paz e perdão,
Quem terá coragem
De erguer a mão?
Só este meu ramo,
Que é sedutor,
Pode ser reclamo
Pode ser amor.
São estas as trovas,
Galantes e garridas,
Primaveras novas
E sempre floridas!
Frassino Machado
In TROVAS DO QUOTIDIANO