MAIOS SÃO SEMPRE MAIOS

“Trovas de Maio”

Os Maios são sempre Maios,

Nesta incerta Primavera

A toda a hora, quem me dera

Escutar o cantar dos gaios.

Conjugando a Natureza

Vou apelar à lembrança

Dos meus tempos de criança

Com entusiasmo e beleza.

No mês de Maio seus dias,

Cada qual alvissareiro,

Principalmente o primeiro

Com sonhadas regalias.

Tudo na vida é conquista

Com esforço e ambição,

Nunca há consideração

Nem recompensa prevista.

Com estas sensibilidades,

Pela ausência de respeito,

Abre-se a luta e o preito

No meio das tempestades.

O 1.º de Maio é paixão,

No sangue da liberdade,

Entre a mentira e a verdade,

Do operário ou do patrão.

Tantos factos clamorosos,

Tantos Maios, tanto evento

Entre a glória e o tormento,

E alguns, porém, auspiciosos.

Desde Chicago até Praga,

Desde Paris a Pequim,

De Nova Deli a Berlim,

De Buenos Aires a Braga…

Por contendas e discórdias

E por tragédias gritantes,

Há Maios mirabolantes

Que se abrem em concórdias.

São assim todos os Maios,

Alfobres de Revolução,

Revestem-se de emoção

Entre aplausos e desmaios.

Todos os Maios do mundo

São liberdade, são festa,

Cada aura se manifesta

Em testemunho jucundo.

E em Primavera de flores,

Cavalos de paz, liberdade,

Nos Maios da ansiedade

Nascem heróis sonhadores!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/04/2020
Reeditado em 30/04/2020
Código do texto: T6932832
Classificação de conteúdo: seguro