===================================== 
"O homem sonha monumento e só ruínas
semeia para a pousada dos ventos." 
===================================== 

Paulo Eiró - Poemas escolhidos
==================== 
Paulo Eiró  (1836/1871) 
==================== 
Foi um poeta e dramaturgo brasileiro natural de Santo Amaro (SP). Vale lembrar que, naquele período, Santo Amaro não era um bairro da zona sul de São Paulo, mas sim um município independente. Considerado um prodígio para sua época, foi um precursor de ideias abolicionistas e republicanas. Faz os estudos primários com o pai, que era professor; posteriormente estuda na Escola Normal, entre 1851 e 1855. Inicia o curso de Direito em 1859, mas abandona por motivo de doença. Em seguida faz estudos no Seminário Episcopal, não concluídos por falta de vocação. Em 1854 ocorre a estréia de suas comédias Traficante de Escravos, Chegamos Tarde... e Terça-Feira de Entrudo, em teatro improvisado na escola da Rua Direita, onde seu pai lecionava. Substitui o pai, como professor, no período de 1855 a 1864. Em 1859 participa no concurso promovido pelo Conservatório Dramático Paulistano com a peça abolicionista Sangue Limpo. Publica, em 1861, o poema Madressilvas no Correio Mercantil. No mesmo ano, ocorre a representação da peça Sangue Limpo, no Teatro São Paulo, por ocasião do 36 º aniversário de D. Pedro II. Ainda em 1861, publica a novela Carolina e os poemas Amor, Violeta, Vox in Excelso e Nenia, no Correio Paulistano. Seus poemas, que filiam-se à segunda geração do Romantismo, estão reunidos em livro na obra póstuma Poesias, lançada em 1940. Sobre sua obra, afirma José Paulo Paes (1926 - 1998): "da extensa produção poética de Paulo Eiró, que quase nada publicou em vida, só chegaram até nós 190 poemas (...). Neles, Paulo Eiró se revela epígono da segunda geração romântica; é facilmente rastreável a influência de Álvares de Azevedo (1831 - 1852) no tom de desalento e pessimismo de numerosos poemas. Já não o é, porém, nos versos de inspiração religiosa, ou nos de tema histórico e político, cuja eloquência cantante, de raiz hugoana (...), antecipa o Condoreirismo". Algumas fontes reporta que Eiró, assim como muitos poetas do século XIX, tinha uma musa inspiradora, um amor escondido e impossível. Amou sua prima desde pequeno e a teve como musa. Em março de 1859, como professor de uma escola pública de ensino fundamental na Villa de Santo Amaro (então município independente da cidade de São Paulo), solicitou licença de trabalho e abono do seu salário enquanto cursaria a Faculdade de Direito. Comprometeu-se a pagar o salário do seu professor substituto no decorrer do seu curso. Filho de um professor apelidado de “Chico Doce”,  também tomou apreço pela profissão já aos dezenove anos e construiu um teatrinho para a vizinhança santamarense. Eram concorridos os papéis para suas peças cômicas onde também atuou. Das tantas tentativas em impressionar sua musa, nada adiantou, pois ao voltar de uma de suas longas e exaustivas viagens pelos estados brasileiros vizinhos, presencia sem querer a celebração de casamento da musa platônica.  A partir desse fato, foi que Paulo sucumbiu à falta de lucidez e sua sanidade já não lhe servia como amiga. Nesse período em que procura saídas para sua dor, tenta cursar Direito na Faculdade São Francisco, recebe até certo reconhecimento pelas beleza de seus versos, mas abandona o curso devido a problemas de saúde. Tenta ainda o seminário, mas era um ser curioso, dotado de questionamentos humanos e libertários. Sendo assim, um dos padres ordena que queime grande parte de sua maior riqueza, as poesias revolucionárias. O escritor Henrique L. Alves acrescenta: “O poeta viveu perseguido pelo desleixo, mergulhado no esquecimento, tanto em vida quanto na morte". Paulo Eiró utilizou ao longo de sua vida outros nomes: Paulo Francisco de Sally, Paulo Emilio de Salles, Paulo Emilio de Sally Eiró. Em 2011 o projeto "Relembrando Paulo Eiró" que teve como proponente Gustavo Guimarães Gonçalves, foi contemplado pelo Edital da prefeitura da Cidade de São Paulo. Assim, o nome de Paulo Eiró foi relembrado historicamente com pesquisas diversas resultando em livretos que foram distribuído em várias escolas públicas. Em maio de 1866, Paulo Eiró, aos 31 anos, foi internado no Hospício dos Alienados que se localizava na várzea do Carmo na Rua Tabatinguera em São Paulo. Durante cinco anos ele definha, entre crises de demência e lucidez. Então no dia 27 de junho de 1871 faleceu Paulo Emílio de Salles, o poeta Paulo Eiró, no Hospício dos Alienados, de meningite, aos 36 anos de idade. Em março de 1957 foi inaugurado o Teatro Paulo Eiró, no bairro de Santo Amaro, tombado pelo Conpresp em 1992 graças ao seu valor arquitetônico.
========================================================


A TROVA DO DIA - CCCLXXXII
==================================
  "VERSOS VAZIOS"

Foto de Design Negócios Cópia Vazia Espaço Texto Para Promoção Do ...

  A ode q'eu queria escrever,  
Não saiu do papel querida,
 Linha sem verso quer dizer,
Que inspiração foi perdida.
========================= 
-------------------------------------------------------
N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
--------------------------------------------------------

========================= 
Abraços
=========================


Interações (meus agradecimentos):

30/04/20 00:28 - Joselita Alves Lins
Recorda teu bem querer,
Dança uma linda canção
Com alegria e prazer
Que nasce inspiração. 
--------------------------

30/04/20 03:22 - Luiza De Marillac Michel
Essa ode está na língua
Em alinhamento fatal
Aguardando apenas um sinal
Seu verso nunca ficará a mingua....  
--------------------------
30/04/20 10:24 - Antônio Souza
Versos que e'mim se esconde
Maltrata demais o meu peito
Tento dizer e nada responde
Devo fazê-lo de outro jeito.  
--------------------------

30/04/20 22:42 - Norma Aparecida Silveira Moraes
Lá se foi a inspiração
Com um grito de tristeza
Como dói o meu coração
Sem versos de beleza.
--------------------------

01/05/20 10:17 - Uma Mulher Um Poema
O poeta fala de amor,
Exprime sua vontade,
Inspira-se na bela flor,
Mergulha na felicidade. 
--------------------------

01/05/20 17:13 - Francisco Luiz Mendes
Tentei compor um poema
A minha mente travou,
Em branco tudo ficou,
Fugira de mim o tema.
Com a caneta na mão
Esperei algo acontecer,
Pra que pudesse dizer,
Que sinto no coração.
Mas nada pude fazer,
Pois faltou-me inspiração. 
----------------------------
POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 29/04/2020
Reeditado em 01/05/2020
Código do texto: T6932681
Classificação de conteúdo: seguro