Águas da fonte
Choram nas montanhas, as fontes
as águas que fazem os ribeiros
mas não se confundam com os prantos
as águas que lavam os janeiros
Esculpem de nuvens, ó águas
e o céu mais parece um celeiro
que vai em torrentes e lavam
e devolve as fontes primeiras
Ó águas teus passos provocam
alento além das barreiras
és tato em lira melosa
que os olhos na alma gotejam
São as águas que franjem, de fato
e cintilam o azul que candeia
são rios de luz que escapam
errantes além das areias
Na força motriz das encostas
despachas o fragor que semeia
no cheiro de flor que exalas
pulsai os alvéolos de abelhas
E das águas que os mares abraçam
algumas são vapores ordeiros
tal almas que aos olhos escapam
mas renascem nas fontes primeiras