DAS FARRAS DO NEW CORONA
Chegada ao reino uma nova coroa
O tudo tirou do devido lugar
Dos "habeas corpus" aos roubos das granas!
Para casa levou os a tudo roubar.
Se anunciou o toque de recolher...
Cidades fantasmas,o tudo a fechar
Do trigo do pão a se socorrer
No tudo que o Estado já estava a falhar.
O povo recluso se pôs a rezar...
Na fé que não pode nunca nos faltar!
E toda ciência a então declamar
O tudo que o vírus pode nos infectar!
O emprego, a renda, o tudo a perder
A vida quiçá ao menos a preservar
Diante da dúvida a todos entrever
O pavio foi aceso até a bomba estourar.
As tendas de urgência todos a montar
As nobres... a vida de todos manter...
Nos palcos os circos a só discursar
Falácias por entre as vidas a perder.
Falaram as gravatas emplumadas no ar!
O santo-padre ordenou ministrar soluções,
O povo insuflado nas redes a brigar
Montou-se os palanques dentre as confusões.
O povo queria era só respirar...
Questão de Direito, lá da Constituição!
Até o Supremo tomou seu lugar...
Dos santos- do- pau-oco: doutas orientações.
Ao povo fissurado em automedicação...
Lançou-se o remédio pela televisão
Foi só correria...tipo "pega pra capar"
O vírus maldoso, de morte a reinar.
Até um executivo doou seu salário...
O artista da hora doou mais um bilhão!
Chorou sem ter dó mesmo o mais salafrário
Sem nunca esquecer seu holofote em questão.
Toda tal operação então foi esquecida
Ninguém mais lembrava da corrupção!
Toda a mais grave falta foi até enaltecida
Salvar qualquer vida era nobre missão.
Enquanto o bandido da cadeia saía
O juiz ameaçava reter o povão
Se alguém mergulhasse na onda da praia
A lei prontamente entraria em ação.
Discursou o corrupto seu arrependimento
Algo até chiliquento no pódio a orar
Pediu pelas faltas ao dom do firmamento:
Se o vírus o poupasse não mais iria roubar.
E a tal da coroa era qual varredura...
A todos igualmente a só ameaçar
Não ia sobrar sequer uma urna!
Que ao pé da História se pudesse poupar.
Soou a trombeta do fim desse mundo
Todo os mundos correndo sua pele salvar
Ao pobre do povo já tão moribundo
Restava apenas um milagre esperar.
Políticos então com toda a urgência
Numa reunião foram compactuar
O povo queria o doutor da clemência!
Que lhe garantisse o velho e bom ar.
O dono queria salvar a economia
É claro que tinha sua arrazoada aflição
Mas diz o ditado que ali já cabia:
"casa que todos gritam, ninguém tem razão".
Do tudo era a mídia que mais se favorecia!
Na pauta de sempre: o vírus em turbilhão...
E os correspondentes de toda agonia
Cresciam no "breaking" das notícias em canhão.
A guerra então estava declarada...
Ninguém mais podia em nada acreditar!
A pobre Ciência mais que asfixiada...
Cobrada por todos, já sem respirar.
Buscava-se máscaras contra o vírus danoso
Garantir-se a vida pela oxigenação!
O mais curioso que o produto em alvoroço
Vinha lá doutro lado do" x da questão".
Eu não sei dizer do futuro entreposto
Pelas entrelinhas da dita Conspiração
Só sei que assoprar toda a mão do desgosto
É só fomentar nova pan- infecção.
E pra terminar antes do fim desse mundo
Já deixo aqui meu ato de contrição:
O tudo que ocorre num cenário imundo
Também tem a força da nossa omissão.