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“A sociedade rotula o homossexual como
cachaça de macumba, não como uísque."
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Cassandra Rios (1932/2002)
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Pseudônimo de Odete Rios, foi uma escritora brasileira de apelo erótico natural do bairro de Perdizes em São Paulo (SP), considerada a pioneira da literatura lésbica no Brasil. Embora perseguida pela censura, foi uma das autoras que mais vendeu livro entre as décadas de 1950 e 70. Suas obras, embora satanizada por alguns seguimentos da sociedade e criticada por intelectuais, chegou a vender por ano 300 mil exemplares, o que era considerado número surpreendente para a época. Esta cifra leva a supor que tenha transcendido ao público lésbico e feminino. Sua estréia na literatura foi com o livro “Volúpia do Pecado” no ano de 1948, então com apenas 16 anos de idade. Sem recursos próprios, sua mãe lhe emprestou o dinheiro para publicação. Esta obra lhe rendeu o pioneirismo de ser considerado o primeiro romance de temática lésbica a alcançar repercussão nacional e a colocou como uma das autoras que mais vendeu livros na história da literatura brasileira. Escreveu em torno de 40 livros, dentre eles: Carne em delírio, Nicoletta Ninfeta, Crime de honra, Uma mulher diferente, A lua escondida, As traças, A tara, Tessa a gata, A paranóica, Breve história de Fábia e MezzAmaro. Todos com altos índices de vendagem. Seus livros eram lidos as escondidas. Quanto mais era censurada, mais despertava curiosidade pelo prazer do proibido, pelo prazer da leitura e pelo prazer da descoberta. Seus livros misturavam alquimicamente, relações lésbicas, transformismo, sincretismo religioso, política, relações de poder, desejo feminino, negócios e religião. Suas obras transbordam vida. Em um período em que o prazer feminino não era considerado um direito, ousou desvelar e revelá-los de forma aberta e sem falsos pudores. Talvez por isto tenha sido perseguida e tão censurada. Uma das características da narrativa de Cassandra é o fato de suas personagens refletirem sobre si, sobre a identidade lésbica com todas as suas contradições. Tendo em vista que essa identidade está inserida em uma rede de discursos, Cassandra disputava sobretudo a construção desta identidade. Suas obras sinalizam para uma mudança de comportamento; apresentava um quadro de seu tempo, ao mesmo tempo em que, introduzia elementos de uma transformação histórica. Os livros de Cassandra surgiram em um cenário, pouco propício para este tipo de discussão. Ao abordar desejo e prazer entre mulheres, o erotismo, os conflitos internos advindo desta experiência e das cobranças que a sociedade impingia, revelou um universo que era silenciado. Essa ousadia lhe valeu perseguições tanto dos que apoiavam a ditadura quanto dos que a combatiam, mas, sobretudo lhe valeu um estrondoso sucesso editorial; tendo suas publicações disputadas nas livrarias durante quase 30 anos. Os títulos de seus livros eram uma atração a parte: chamativos e insinuantes. Suas obras literalmente seduziam um número expressivo de leitores, porém foi ignorada pela crítica por ser considerada pornográfica e por seu estilo popular. Seus textos eram considerados marginais. Eram lidos às escondidas. A forma como a homossexualidade era tratada antes das obras de Cassandra era limitada ao pecado, patologia e o crime. Muito embora, estes elementos também fizessem parte de suas obras, ocupavam outra categoria analítica; eram apresentados como forma de preconceito, que suas personagens enfrentavam ao escolher viver sua sexualidade. Cassandra rompeu padrões ao apresentar-se de smoking em diversas festas onde compareciam governadores e figuras de renome no cenário político e cultural. Também era frequentemente convidada a participar de diversos programas de TV. Seus primeiros romances adaptados para o cinema foram “A paranóica” sob o título de “Ariella” (considerado sucesso de bilheteria) e “Tessa, a gata” ambos, dirigidos por John Herbert. Outro romance adaptado para o cinema foi “A mulher, serpente e a flor” – com roteiro de Benedito Ruy Barbosa e dirigido por J. Marreco. Nos anos 1980, Cassandra continuava a escrever, porém não atingiu o sucesso anterior. Tentou carreira política, mas não conseguiu se eleger. No final da vida trabalhava como revisora de livros e dedicava-se a pintura. Curiosamente no dia 8 de março de 2002 – Dia Internacional da Mulher – Morreu Cassandra Rios, a mulher que era considerada a mais polêmica escritora brasileira. Faleceu de câncer, aos 70 anos de idade, pouco antes de lançar oficialmente sua autobiografia: “Mezzamaro, flores e cassis”, onde revela alguns insultos que recebeu ao longo de sua trajetória de escritora: “demônio das letras, “papisa do homossexualismo”, “uma dama de capa e espada”. Mas revela, sobretudo, o fascínio e o medo que exercia sobre seus leitores e críticos.
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A TROVA DO DIA - CCCXXXI

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  "CALORES"
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Quando a gente se entrega,
Com tanto desejo e fervor,
O bem-querer nunca nega,
 Os quentes afagos de amor. 
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N.A.: "A TROVA DO DIA" é um projeto de publicação em série de quadras poéticas de minha autoria por tempo indeterminado. Apesar de não ser considerado pelas regras literárias, as minhas trovas são identificadas por títulos e algumas delas não obedecem as sete sílabas por estrofe. No entanto, todas terão as rimas e as mensagens como objetivo principal neste trabalho. Na realidade, nessas apresentações, os meus textos deveriam ser classificados como "quadras poéticas", mas preferi identificar o meu projeto com títulos e não com números, como seria o caso. 
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):

09/03/20 11:40 - Joselita Alves Lins
Há momentos de prazer,
o qual eu chamo tesão.
Mas sempre amando você,
cá dentro do coração. 
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09/03/20 18:41 - Antônio Souza
É marcante uma boa pegada
O corpo fica todo excitado
Aprendi com minha namorada
Quando me chama de arretado.  
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10/03/20 16:32 - Uma Mulher Um Poema
Gosto do teu aconchego,
Com a suavidade do amor.
Entre carícias e beijos,
Sou tomada pelo teu calor. 
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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 09/03/2020
Reeditado em 10/03/2020
Código do texto: T6883703
Classificação de conteúdo: seguro