TROVAS A SÃO VENCESLAU
«São Venceslau de Praga, 908 - 935»
Se foi Barão, ou Duque ou Rei,
Prós Praguezes tanto lhes faz,
Foi herói, foi Príncipe da paz
E é, do seu coração, sua Lei.
O pai foi Duque da Boémia
Que a sua vida perdeu cedo,
Foi criança feliz sem medo
E na Fé cresceu alma gémea.
Venceslau de seu nome e graça
Mãe madrasta, avó ternurenta,
Que todos os ódios enfrenta,
Co´ um irmão de muito má raça.
Fez-se mui sábio e cuidadoso,
Amigo das crianças e dos pobres,
Arrecadou inveja dos nobres,
Muito humilde e generoso.
Na vida cristã inserido,
Com apurada educação,
Sempre disposto a dar a mão
De abraço cordial estendido.
Noite longínqua de Natal,
Neve caindo pelo caminho,
Ao pobre deu calor e carinho
Num aconchego fraternal.
De porta em porta, cantando hino,
Distribuiu pão e harmonia
E a quem precisava de alegria
Deu rumo, à vida em desatino.
Como adolescente charmoso,
À parte as invejas da mãe,
Foi coroado rei, porém,
Sem um futuro auspicioso.
Reinou alguns anos, reformou
O que bem pôde reformar,
Fez mais riqueza acrescentar
E a sua coroa justificou.
Mas invejas e mil traições,
Sofreu, de ignóbeis cortesãos,
Sempre prontos a sujar as mãos
Mascarados de mil paixões.
Com a sua mãe penando bravo
Enfrentou seu irmão ambicioso
Qu´ usurpando o trono vergonhoso
O matou sem apelo nem agravo.
Com a sua morte, por encanto,
Todo o povo se engrandeceu
E aquele país nunca conheceu
Rei tão maravilhoso e Santo.
A S. Venceslau, minhas trovas
Fazem-lhe o preito e a liturgia,
São orações, litanias e poesia
Com variações puras e novas.
Com ele e com Santa Ludmila –
A mais justa de todas as avós –
Oremos a Deus qu´ escute a voz
Da nossa alma que Luz destila!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA