PROEZAS DO VENTO
PROEZAS DO VENTO
São tantos, seus predicados...
Em ação, percorre o mundo.
Ora, é muito comportado
Ora, é vil e vagabundo.
Brincalhão, quando balança
Do coqueiro, as verdes palhas.
Se as saias, vem e levanta,
Audacioso e canalha!!!
Destemido, quando encrespa
As verdes ondas do mar
E as jangadinhas apressa
A que venham retornar.
Perverso, produz incêndios
Causa tristes pesadelos.
Chato, se desarruma,
Assanhando os meus cabelos.
Joga areia casa a dentro,
Terrível redemoinho.
O demônio está no centro,
Pois não faz isso sozinho.
Se lá no mar acontece,
É chamado de Tufão
E aí, o que mais parece
É ter nele um demonião.
Se expulsa, ao longe, a fumaça
É maravilha, é bondoso...
Se assovia na vidraça
É agourento, assombroso!
Às vezes, é bem grosseiro
Escreve por linhas tortas...
Mesmo vindo bem rasteiro,
Manda pancadas nas portas.
Também traz suavidade
Quando é dia de luar.
A Lua é pura deidade
O vento, brisa a bailar.
E tange as nuvens mimosas
Tão leves, no firmamento...
E traz perfume de rosas
Para os melhores momentos.
Nas manhãs esplendorosas
De encanto primaveril
Vagueia nas montanhosas
Regiões do meu Brasil.
Obrigada, Criador
Da Natureza bendita.
O Vento, como ele for,
É um presente à nossa vida!
*
Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza, 26/08/2019