Pelas quadras da vida II

1

Uma escola verdadeira

Quer do jovem um leitor;

Leitura é pra vida inteira,

Tem sempre muito valor.

2

Um sujeito viageiro

Traz notícias lá de fora,

Para mim, fiel passageiro

Da terra em que vivo agora.

3

O careca no barbeiro

Acertou mesmo na veia:

O senhor cabeleireiro

Deixou-o pagar só meia.

4

Pergunte ao Carlos Drummond,

Se o mar o poeta viu;

Ouvirá, no melhor som,

Que a lagoa o seduziu.

5

Não sou mesmo bom de trova,

Mas hoje arrisco em verso:

O velho com mulher nova,

Corre riscos, eu confesso.

6

Em Cristo, de Deus a luz,

Creio muito e sempre oro,

Pedindo diante da cruz,

Contra o ódio, que deploro.

7

Um grande definidor,

Não sabendo o que é a vida,

Agradeceu ao Criador

E pediu forças na lida...

8

Da virgem, linda donzela...

O rapaz buscou o beijo...

Apressado, sem cautela,

Aumentou da moça o pejo.

9

Na busca daquela conquista,

Você, caro amigo, eu fosse,

Seguiria por esta pista:

Lhe faria um verso doce.

10

Roberto, compositor,

Em canção que não ilude,

O casal em grande amor

Comparou-o mesmo ao grude.

11

Todo mundo eu respeito,

Nos seus gostos e nas crenças...

Estou certo: traz bom efeito

Conviver sem desavenças.

12

Das flores do meu jardim,

Trago a ti esta linda rosa,

Querendo então que de mim

Te lembres hoje, carinhosa.

13

Dá licença, ó poesia,

Que sem rima vou falar,

Dando asas à fantasia,

Sem meu verso engessar.

14

Em conjunto, gargalhou,

Ouvindo a boa piada,

Mas depressa confessou:

- Gente, não entendi nada!

15

Ó minha Juiz de Fora,

Onde à vida vim chegar!

Bem repito toda hora:

Eu não quero outro lugar.

16

Um sujeito mentiroso

Falando amar a verdade,

Mentia, assim, orgulhoso,

Da grandiosa falsidade.

17

Nesta singela quadrinha,

Desta turma vou falar.

Quando o grupo tem provinha,

É capaz de se estressar.

18

O que faço é incompleto...

Tudo, enfim, na minha vida.

Assim, de erro repleto,

Vou vivendo a minha lida.

19

Quando a mosca da vaidade,

No seu ouvido ressoa,

Chute-a com severidade,

Que ela para longe voa.

20

A beleza da mulher

Este mundo muito encanta:

O macho que tanto a quer

E a fêmea que se levanta...

21

Pra arbitrar a tua vida,

Jamais convoques o VAR.

Fica, atenta, ó querida,

Deixa o coração falar.

22

Instituto Federal,

Templo de nosso saber,

Uma ideia genial,

Que temos de agradecer.

23

Cego estás e tudo vês,

Tudo ouves e surdo estás...

Foge agora da tevê,

O saber o livro traz.

24

Se o homem é bem covarde

E espanca a sua mulher,

Faço eu o maior alarde:

Na briga meto a colher.

25

Neste Dia do Trabalho,

Penso no desempregado,

Carta fora do baralho,

Em um mundo de abastados.

26

Como o sol que traz o dia,

Teu sorriso de menina

Traz consigo a aleria

E minha vida ilumina.

27

Quando quero a melodia,

Nos trechos da boa trova,

Se não encontro poesia,

Busco, então, a forma nova.

28

Já é hora de parar...

Só quis dar inspiração,

Eu não pude caprichar,

Mas falou meu coração.