DAS ESCRAVIDÕES,QUAL É A SUA?
Quem acreditou um dia
Ser possível arrebentar
As algemas da alquimia e
Da liberdade desfrutar….
A você é que pergunto
Dentre toda a multidão:
É ser pleno, absoluto,
Livre de toda opressão?
Que acordou em pleno dia…
Livre das escuridões
E sentiu que então podia
Ser ingênuas pretensões…
Verso simples, só alegria
Ser o que quisesse ser!
Diga a si com maestria:
É um ser livre de perecer?
Ou é só rima vazia…
Da liquidez em progressão
Sem ser sólida sintonia
Qual a flor em construção?
Qual é a sua liberdade,
Ser escravo das paixões?
Ou ser só sua vaidade…
Nos pódios das ilusões?
Eu pergunto a todo mundo
O que também questiono a mim…
Qual a sua algema neste fundo
Poço que não tem mais fim?
Ser escravo da vontade…
Do que nunca se pode ser
Ou acusar o seu legado
De ser nada … a só correr?
Qual sua algema preferida,
O sonhar em existir?
Ou a de só se socorrer
Do seu tudo a só partir?
Escravo da concretude
Do viver a se esconder…
De toda decrepitude
Que lhe insiste em fenecer?
Diga a si toda verdade…
À poesia que tudo vê!
Onde está sua liberdade
A que está a lhe prender?
Qual o melhor da maquiagem
Para a lágrima a rolar?
Algemar sua realidade
Para todos enganar?
A que canta aos quatro ventos
Do seu mundo em extinção…
Maquiar de liberdade
As suas bulhas em prontidão?
E a toda frialdade
Dentro do seu coração...
É o advento da paisagem
Profecia em execução?
Poderá haver verdade
No seu fluxo a girar
A verdadeira liberdade
No tudo a nos acorrentar?
É escravo da bondade
Que só quer aparecer?
Ou da sede das verdades…
Prisioneiro até morrer?
E de todas suas saudades…
Qual que mais lhe acorrenta?
É a sua fragilidade
No tudo que lhe sustenta?
Da soberba inconsciente
Do que nunca soube ser?
Ou escravo da roupagem…
Que só sabe lhe prender?
Por que ser necessidade
De só ser pleno sentido…
Para depois se perceber…
Prisioneiro por ter sido?
Qual a prisão desse mundo
Que mais combina com você?
Ser a plena liberdade
Que lhe algema até doer?
Arrogância em demasia
Prisioneiro das razões?
Ou da algema em primazia:
Escravo das solidões…?
Saiba, a sua liberdade
Nunca saberá existir…
Livre da auto- realidade
Algema a lhe obstruir.
É das nossas detenções
A mais dura de romper:
Forte algema a si mesmo
Para de si se socorrer.