ALMA
Alma que passeia pelo meu ser claudicante,
sacoleja minha carcaça onde ela é a cabine,
Vagueia comigo, por estradas perdidas, sofre,
Achatada num coração que sempre a comprime.
Conhecemos amores, que vieram, se foram ou viriam
por noites maltratadas, luas, e astros,vãs coniventes,
antagônicas dos sois que vem brilhando tristes,
e paixões vadias, tórridas movem o ébrio contente.
Terezas, marias e dolores, Naus de um mar de problemas,
emanavam das sombras moléstias futuras e irreversíveis.
em canções dolentes pelas frias madrugadas solitárias,
Alegrando sim, caronas indesejáveis e males invisíveis.
A reza braba não dá lugar a orações iluminadas e salvadoras,
Se a segunda é de alva cor a primeira no temor trás o bréu.
Levando notívagos boêmios a perambular, sempre errantes,
Por lugares onde até o próprio diabo há tempos esqueceu.
Mas calma, oh alma! Te volverei à tranquilidade, um dia,
Quando talvez a mocidade ceda lugar a maturidade,
Quero sair disso, perdi as chaves da rua da amargura,
Recalcitrante por vielas duvidosas longe da tal felicidade.
No vazio das amizades, alma minha, não vejo a ninguém
Lentamente rechaço o trinômio: Drinck, cigarro e meretriz
Sigo em busca da paz que campeia no mundo mais comum.
Para quem sabe mais livre leve e solto eu volte a ser feliz.