GRINALDA EM TROVAS

A saudade, uma quimera

se apresenta tão vulgar,

nos devora tal qual fera

não tem hora nem lugar.

Não tem hora nem lugar

o desejo repentino,

de ferir sem machucar,

nosso ser, nosso destino.

Nosso ser, nosso destino

não podemos desprezar

num êxtase repentino

sem a luz de um doce olhar.

Sem a luz de um doce olhar

sinto-me reles menino,

que não pode mais sonhar

no esplendor do desatino.

Não tem hora nem lugar:

nosso ser, nosso destino;

sem a luz de um doce olhar,

no esplendor do desatino.