Outeiro
Num Outeiro destinado
que pela história vem
ver-se tanto do passado
nas feições que hoje tem
Isolado pelo pincho
num gargalo de montanha
pelos séculos vai aos cinco
que seu nome se afama
Num cenário antes cativo
pela França Equinocial
um Outeiro bem servido
fez o herói de Portugal
Tanto faz que alguém veja
toda a força que detém
a história te barfeja
desde os tempos mais além
Por isso guardas o semblante
de um soldado sem igual
que virou neste horizonte
uma lembrança imortal
Que o diga a infantaria
desbravando aquele chão
deixando o acro em duas vias
ao lendário capitão
Pois a baliza que marca
sua partida do Pará
é a cicatriz dissecada
dos índios Tupinambás
Conquistador do Amazonas
assim o lembra Portugal
sob o assombro castelhano
seu feito épico é maioral
E quem o trouxe ao Outeiro
sabe também que o lugar
um dia fez-se de morteiro
até o gentil silenciar
De importância singular
qual uma artéria neste chão
desde a Belém lá do Pará
a história frange em emoção
Quem poderia imaginar
que neste chão do Outeiro
o desbravador fez trilhar
contra o invasor estrangeiro
Na via de um pincho selado
franges ao século recente
a pedra trazendo o passado
do alferes altivo e valente
Pois no caminho que abeira
divide a terra em dois mundos
aponta ainda a cabeceira
de um Brasil bem mais profundo
É ele, é Pedro Teixeira
que indo em terra ao Maranhão
fez do silêncio do Outeiro
outro Brasil em construção