Outeiro

Num Outeiro destinado

que pela história vem

ver-se tanto do passado

nas feições que hoje tem

Isolado pelo pincho

num gargalo de montanha

pelos séculos vai aos cinco

que seu nome se afama

Num cenário antes cativo

pela França Equinocial

um Outeiro bem servido

fez o herói de Portugal

Tanto faz que alguém veja

toda a força que detém

a história te barfeja

desde os tempos mais além

Por isso guardas o semblante

de um soldado sem igual

que virou neste horizonte

uma lembrança imortal

Que o diga a infantaria

desbravando aquele chão

deixando o acro em duas vias

ao lendário capitão

Pois a baliza que marca

sua partida do Pará

é a cicatriz dissecada

dos índios Tupinambás

Conquistador do Amazonas

assim o lembra Portugal

sob o assombro castelhano

seu feito épico é maioral

E quem o trouxe ao Outeiro

sabe também que o lugar

um dia fez-se de morteiro

até o gentil silenciar

De importância singular

qual uma artéria neste chão

desde a Belém lá do Pará

a história frange em emoção

Quem poderia imaginar

que neste chão do Outeiro

o desbravador fez trilhar

contra o invasor estrangeiro

Na via de um pincho selado

franges ao século recente

a pedra trazendo o passado

do alferes altivo e valente

Pois no caminho que abeira

divide a terra em dois mundos

aponta ainda a cabeceira

de um Brasil bem mais profundo

É ele, é Pedro Teixeira

que indo em terra ao Maranhão

fez do silêncio do Outeiro

outro Brasil em construção

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 12/09/2018
Reeditado em 12/09/2018
Código do texto: T6446735
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