POR ENTRE TROVAS E CONTOS

Era uma vez um macaco

Que não comia banana.

Guardava tudo num saco.

Vivia numa cabana.

Eu vi um dia um cachorro

Que só vivia no mato.

Subia e descia morro.

Corria se via um gato.

Passei um dia na praia.

Joguei, brinquei, tomei banho.

Vi um tubarão de saia

E tive um susto tamanho.

Uma galinha pintada

Ao galo causou desmaio

Porque viu sua ninhada

Só da cor do papagaio.

Vou contar um conto agora

Sem qualquer número usar.

É um conto que a planta chora

Se alguém seu ramo cortar.

A formiga em casa mora

Por não ter mais um terreiro,

Visto ser posta pra fora

Do seu velho formigueiro.

O galo madrugador,

Que canta, sim, bem cedinho

É feito um despertador

Com jeito de passarinho.

Em jardim de muita cor,

Uma abelha disse assim:

Ao visitar cada flor

Levo um pouco dela em mim.

Oh nuvem cor de algodão

Que pelo céu já passeia

Me conte a tua paixão

Pelo Sol que te clareia.

Disseram que o mar bravio

Ficou bem mais revoltado

Ao sentir falta do rio

Que alguém teve soterrado.

Em um ônibus lotado,

Indo em pé, um certo idoso,

Teve um assento ofertado

Por um jovem caridoso.

Uma fruta, com caroço,

Coletada em um pomar,

Virou planta quando o moço

Ao caroço foi plantar.