Trovas de saudade - I

Se canto a felicidade

sou poeta imaginando...

Mas quando falo em saudade

eu sei do que estou falando!

* * * * *

Se falta você por perto

a saudade arruma um jeito;

traz a extensão do deserto

e faz caber no meu peito!

* * * * *

Velho tropeiro, tristonho,

curvado ao peso da idade,

reponto tropas de sonho

pela estrada da saudade!

* * * * *

Quando, à noite, em quantidade,

voltam lembranças de outrora,

eu posso ouvir a saudade

batendo palmas lá fora!

* * * * *

Crianças, mil fantasias...

Quanto tempo! Que saudade!

“De mentirinha”, dizias...

mas eu te amei de verdade!

* * * * *

De tudo o que já foi dito

resta dizer que a saudade

é um velho poema escrito

com tintas de mocidade!

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