06 - O BARBAÇAS EM MOSCOVO
Ó, aí, malta fiche da pesada,
Quem pensam vocês que eu sou?
Bato-me bem com o Zabivaka
Que esse, a mim, nunca m´ enganou.
Passei ontem pelo aeroporto,
Pra arranjar lugar no avião
Esperei… e quase fiquei morto,
Mas lá consegui o bilhetão.
Claro, que a Oska ia na mochila,
Que ela também é espertalhona
E eu, à maneira de reguila,
Ofereci uma rosa à chefona.
Arranjou-me lugar em 1.ª Classe
E, oh surpresa das surpresas,
Quando entrei para a aeronave
Fiquei logo de pupilas vesgas:
Já lá estava um tal de Marcelo
Mas fiz de conta que não o vi.
Não tenho dor de cotovelo
E sou como sou, desde que nasci.
Foram horas e horas de voo
Senti-me um pouco enjoado
Mas, cá estamos em Moscovo
Com tudo bem aparelhado.
Tinha o Zabivaka à minha espera
Pois eu lhe mandara um SMS
Dizendo-lhe, de forma sincera
Que logo ali me esperasse.
Atendeu-me bem com` ao Presidente,
Melhor seria que não fora…,
(É democrático e é de gente)
Pois não estamos na outra Senhora”…
Agora cá estou, e bem chique,
A fazer horas até à merenda,
Depois irei para o Lushnik
Para assistir à tal contenda.
Ai, marroquinos duma figa,
Ponde já as barbas de molho
E este Barbaças – eu qu´ o diga –
Ides ficar com´ um trambolho.
Aconteça o que acontecer
Amanhã tenciono ir ao Kremlin
Não tanto para “aquilo” ver
Mas pra saudar o senhor Putin.
Se o Marcelo também lá vai
Porque é que o Barbaças não há-de ir?
Dizem qu´ a sorte nem sempre sai
Mas, desta vez, não me vai fugir.
Numa destas grandes noitadas
No real Bolschoi darei concerto,
Tocarei lá uma pianadas:
Eu sou assim, sou um desconcerto.
E depois, eu e mais a Oska,
Daremos por aí umas voltas,
Se no russo a língua se enrosca
As pernas, porém, estão bem soltas.
Até ver, ó grande cambada,
Que a bola gire a nosso favor
Venceremos, daqui a nada,
Que cá o Barbaças é o maior!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS