...DOS “TCHAUZINHOS” AOS DIAS DE HOJE
Nos livros dos contos das fadas
Abertos à vanguarda surreal...
Plebeus encenamos de perto
O amor sempre incondicional!
Os dias nos são de realeza!
O mundo se põe a aplaudir
Não há espaço para a pobreza,
O amor se propõe a repartir!
Cenários de plena beleza
Do campo, as flores artesanais!
E o Homem na sua surrealeza:
Diferenciar seus iguais.
A “simplicidade” reinante
Insiste à todos declamar...
Que os dias são bem confortantes
E todos tendem a se ajudar.
Sequer há o brilho de dantes...
Nas plumas e nos paetês!
Princesas nos “cleans” dos semblantes
Encenam doce cena clichê!
Espaço para a nobre oratória
Dos povos se dando as mãos...
Os reis já deletam as escórias
Da História vinda na contramão.
Os deuses armam seus binóculos
À Terra lançam seu olhar...
Não há nada mais pictórico!
Que aos deuses se pudesse enganar.
O aceno é só delicadeza
Endereçado ao plebeu...
Ao povo resta só a estranheza
Do “tchau” que ao planeta se deu.
No “exit” só a pressa obscura
De se fugir da multidão...
Da plebe que desfila só nua
Sem dignidade na mão.
Os reis revestem-se de penumbras...
Em meio às sedas virtuais...
Pudessem ficar todas nuas
Suas intenções bem reais...
Meninas até sonham com a glória
Dum "príncipie plebeu" conquistar
Já acenam às suas vidas inglórias
Ao tudo nunca a lhes alcançar.
A cena passa qual o relâmpago
Dum “trailer” bem em tempo real...
No bastidor mais um âmago
Dum inverno, mas com raios de sol.
Detalhes são muito importantes!
Em todos os cerimoniais...
E nunca se viu algo dantes:
Portões bem fechados aos mortais.
Da dor, então se fez alegria
Os Shows têm que acontecer!
E nas belas alegorias
Só o sofrimento a entreter.
Mas como toda vida é poesia
Mister é poder acender
Um verso, inda que na fantasia
De amor, para o mundo acolher.