OS MAIOS SÃO SEMPRE MAIOS
“Trovas de Maio”
Os Maios são sempre Maios
Nesta incerta Primavera
A toda a hora, quem me dera
Escutar o cantar dos gaios.
Conjugando a Natureza
Farei apelo à lembrança
Dos meus tempos de criança
Com entusiasmo e beleza.
Do mês de Maio seus dias,
Cada um alvissareiro,
Principalmente o primeiro
Com sonhadas garantias.
Tudo na vida é conquista
Com esforço e ambição,
Nunca há consideração
Nem a recompensa à vista.
Por estas sensibilidades,
Pela ausência de respeito,
Abre-se a luta e o preito
No meio das tempestades.
Primeiro de Maio-paixão,
No sangue da liberdade,
Entre a mentira e a verdade,
Do operário ou do patrão.
Tantos eventos famosos,
Tantos Maios de contento,
Entre a glória e o tormento
Há-os porém auspiciosos.
Desde Chicago até Praga,
Desde Paris a Pequim,
De Nova Deli a Berlim,
De Buenos Aires a Braga…
Por contendas e discórdias,
E por tragédias gritantes,
Há Maios titubeantes
Que culminam em concórdias.
São assim todos os Maios,
Sementes de Revolução,
Revestem-se de emoção
Por entre risos e desmaios.
Todos os Maios do mundo
São liberdade, são festa,
Cada ideal se manifesta
Em testemunho profundo.
E em Primavera de flores,
Cavalos de paz, liberdade,
Nos Maios da ansiedade
Nascem heróis sonhadores!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA