contas
Taciturno, sou noite e a esperança
É espessa e me fala pouco dos seus planos.
Dia, ando (não pergunte como) dentro das coisas,
e quase nunca no espaço que as animam,
Não indico nenhum caminho,
Todos eles nos destroçam, mas
Posso te falar de como minhas
Mãos tocaram os desastres e de como
Meus olhos aprenderem a escutar,
Posso sentar ao teu lado e te falar
Dos porões e dos rios que não desaguam,
Entretanto, nada disso te servirá, pois
Até o fracasso é uma riqueza desde que
Seja teu.
Comecei com pernas longas , depois, o precipício,
A dor de se saber vivo e os diversos olhos que
Nos consolam...e nos devoram,
me falaram que quem menos corre, voa,
assim, aprendi a amar o chão, a sua glória
de pedra e nada, aprendi que de baixo
pra cima, o mundo do alto parece menor.
Eu não sabia dos rufos do cair da tarde.